O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (10/01) à CNN Brasil que pretendia ficar nos Estados Unidos até o fim de janeiro, mas que antecipará o retorno ao Brasil após ter sido internado devido a um novo caso de obstrução intestinal.
"Eu
vim para ficar até o final do mês, mas pretendo antecipar minha volta. Porque,
no Brasil, os médicos já sabem do meu problema de obstrução intestinal por
causa da facada. Aqui, os médicos não me acompanharam", disse
Bolsonaro, de acordo com reportagem no site da CNN Brasil.
Bolsonaro, de 67
anos, foi internado nesta segunda-feira em um hospital nos arredores de
Orlando, na Flórida, com um novo quadro de obstrução parcial do intestino, mas
não deve precisar ser submetido a mais uma cirurgia, segundo o médico-cirurgião
dele, Antônio Luiz Macedo.
O ex-presidente
tem um histórico de hospitalizações por problemas intestinais desde que levou
uma facada no abdome durante a campanha eleitoral de 2018.
Ele já passou
por seis cirurgias desde então, quatro delas diretamente ligadas à facada. Em
janeiro do ano passado, ele também teve uma obstrução intestinal que o levou a
ser internado em São Paulo.
A internação
aconteceu um dia após apoiadores radicais de Bolsonaro invadirem e depredarem o
Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal
(STF) em atos antidemocráticos que pedem um golpe contra o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro jamais
reconheceu cabalmente a vitória do petista e fez gestos de estímulo ao
movimento pró-golpe que surgiu desde a derrota nas eleições.
Ele viajou para
a Flórida dois dias antes da posse de Lula, de forma a não participar da cerimônia
de transferência de poder.
"Vim
passar um tempo fora com a família. Mas não tive dias calmos. Primeiro, houve
esse lamentável episódio ontem (domingo) no Brasil e depois essa minha
internação no hospital", afirmou à CNN Brasil.
O futuro de
Bolsonaro nos EUA, para onde ele viajou com visto emitido para chefes de
Estado, diplomatas e outros governantes, era em questão em aberta.
O deputado
Joaquin Castro, parlamentar democrata no Congresso dos EUA, disse à CNN que os
Estados Unidos não deveriam dar refúgio a um "autoritário que inspirou terrorismo doméstico" e deveriam
enviar Bolsonaro de volta ao Brasil.
O governo dos
EUA se recusou a comentar sobre o visto de Bolsonaro.
O porta-voz do
Departamento de Estado dos EUA Ned Price disse nesta segunda-feira que uma
pessoa que entrou com um visto para autoridades estrangeiras deve deixar o país
dentro de 30 dias ou solicitar uma mudança de status de imigração se não
estiver mais envolvida em atividades oficiais.
(Por Terra)
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