O mundo parou para dar o último adeus a
Pelé.
Nesta terça-feira (03/01) Edson Arantes
do Nascimento foi sepultado e recebeu as últimas homenagens de fãs e torcedores
de diferentes países.
Saindo do Estádio Urbano Caldeira, o
caixão de Pelé seguiu em um cortejo pelas ruas de Santos, no litoral de São
Paulo, cidade onde o Rei do Futebol ganhou os holofotes, assim como se tornou o
ídolo do futebol que o mundo conhece hoje.
Os portões fecharam por volta das 9h20
para a visitação do público.
Logo depois, houve o começo da cerimônia de
despedida, com a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em seguida, pouco antes das 10h30, o
caixão foi colocado em um caminhão do Corpo de Bombeiros e foi ovacionado pela
legião de fãs que estava no entorno da Vila Belmiro.
Palmas e o uníssono "mil gols, mil
gols, só Pelé, só Pelé, que jogou no meu Santos" tomaram conta da Rua
Tiradentes.
Torcidas organizadas do Santos, time de
coração do ex-jogador, estavam a postos com bandeirões pouco antes do cortejo
começar.
Assim que a bandeira do Brasil foi colocada
em cima do caixão de Pelé, as centenas de pessoas, que torciam para diversos
times e que presenciavam o momento histórico, se emocionaram.
Ali, não existia rivalidade.
Crianças foram colocadas nos ombros de
seus parentes, torcedores choravam e todos pareciam não se importar com o sol
escaldante que queimava a pele, afinal, ninguém queria perder o início da
despedida do melhor jogador que o mundo já viu.
Quem nunca ouviu falar de Pelé – o que é
quase impossível – nos últimos dias conseguiu conhecer um pouco da
grandiosidade do Rei do Futebol.
E isso poderia ser sentido ali, no
pedaço mais esportivo da cidade de Santos.
Assim que o cortejo começou, o povo voltou
a cantar e gritar por Pelé.
Rojões e fogos de artifício ajudaram na
harmonia de parte de uma das torcidas organizadas, que usava instrumentos de
percussão.
SANTOS
PAROU
A cidade do coração de Pelé parou.
Em diversos pontos da cidade, uma
multidão parou para ver a cerimônia.
O cortejo seguiu o percurso pela Avenida
Bernardino de Campos, passando por várias ruas, até a Avenida Epitácio Pessoa,
onde mora a mãe do Rei, Celeste.
A avenida estava paralisada e em
lágrimas.
Parte da família Arantes ficou na sacada
de um sobrado para ver o cortejo.
A irmã de Pelé Maria Lúcia Nascimento se
emocionou com o carinho e o canto entoado de milhares de pessoas falando o nome
do Rei e interagiu com a população, agradecendo por aquele momento.
Enquanto aguardavam a passagem do
cortejo, pessoas de várias idades e torcedores de diversos times homenageavam
Pelé, com camisas, bandeiras, músicas e até mesmo cachorros vestidos com roupas
com a estampa do Rei.
A família de Edson Arantes chegou a
rezar um Pai Nosso com o apoio dos fãs.
Idosos relataram que estava, sofrendo
com o calor e com a aglomeração, mas que isso não os faria desistir de dar adeus
ao maior ídolo do futebol.
Com a chegada do corpo do Rei, a torcida
organizada do Santos, carregando bandeiras enormes com o rosto dele, entoou o
hino do time e músicas em homenagem ao ídolo, emocionando até mesmo os
torcedores rivais.
Um dos bombeiros que estava no veículo
da corporação que conduzia o corpo de Pelé também não conseguiu segurar as
lágrimas e recebeu o apoio da população.
A opinião de todos ali que gritavam o
nome de Pelé era unânime: ele será eterno, e isso foi dito nos mais diferentes
idiomas.
E, antes de se despedir da família dele,
os fãs fizeram questão de gritar que o Rei do Futebol jamais será esquecido.
Emocionados, os familiares do ídolo
fizeram o símbolo de um coração com as mãos para a população e se despediram.
Em seguida, o cortejo seguiu pela
Avenida Vicente de Carvalho, Bernardino de Campos e Joaquim Távora até chegar
ao Cemitério Memorial, onde rojões e palmar reverenciaram o Rei do Futebol.
Antes do caixão ser retirado do caminhão do Corpo de Bombeiros, as bandeiras do
Santos FC e do Brasil foram guardadas.
Com os soldados da Polícia Militar e dos
bombeiros a postos, já descendo o caixão do veículo, um trompete tocou a marcha
fúnebre e, em seguida, o hino do time do coração de Pelé.
O sepultamento no Cemitério Memorial
marcou o fim da história de Edson Arantes do Nascimento; mas Pelé, como foi
dito por tantas pessoas nos últimos dias, esse é eterno.
(Por Isabella Lima e Vanessa Ortiz –
Terra)
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