terça-feira, 24 de janeiro de 2023

MAIS DE MIL YANOMAMI FORAM RESGATADOS PARA NÃO MORRER, DIZ SECRETÁRIO

Mais de mil indígenas em estado de saúde grave foram resgatados da Terra Indígena Yanomami nos últimos dias por equipes do Ministério da Saúde que atuam de forma emergencial em comunidades dentro da reserva.

A estimativa é do secretário de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, divulgada nesta terça-feira (23/01) em coletiva à imprensa em Boa Vista.
As equipes estão na reserva desde o dia 16 de janeiro para atuar frente à desassistência sanitária no território.
Os indígenas sofrem, principalmente, com malária e com desnutrição grave, afirma Tapeba.
"Nós acreditamos que mais de mil indígenas foram resgatados nesses últimos dias do território para não morrer", afirmou.
Em uma semana, o único hospital infantil do estado recebeu 29 crianças Yanomami doentes.
Os indígenas são resgatados das comunidades onde vivem e levados ao posto de Surucucu, uma unidade considerada de referência na região, mas que se resume a um barracão de madeira de chão batido e com estrutura precária.
De lá, os quadros gravíssimos são encaminhados para Boa Vista.
"É uma operação que envolve uma complexidade muito grande, uma estrutura, uma logística e nós precisamos cobrir todo o território, principalmente aquelas comunidades que estão muitas vezes refém das ações dos garimpeiros", disse o secretário em coletiva.
Na coletiva, Weibe Tapeba também falou em realizar uma auditoria interna para investigar os contratos de medicamentos e de realização de voos feitos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), responsável pelo atendimento direto aos indíegnas.
"Pretendemos implantar aqui uma auditoria interna pra acompanhar essas questões do contratos. É um absurdo a gente pensar nessa possibilidade, de desvio de recursos para medicamentos, por exemplo. Estamos acompanhando um cenário bem complicado também no contrato de horas voos, que é o principal aqui do Distrito. A gente não pode pensar desse serviço ser paralisado", destacou.
CLIMA DE GUERRA
O secretário relatou ao g1 que chegou a ver garimpeiros armados enquanto participava do resgate de pacientes em estado grave de saúde na comunidade de Cachoeira, na Terra Indígena Yanomami.
Tapeba afirmou que, naquele dia, o resgate na comunidade dominada pelo garimpo só foi possível por conta do apoio de segurança da Força Área Brasileira.
O secretário comparou a operação de resgate dos indígenas à uma guerra.
Agora, ele planeja instalar um hospital de Campanha dentro da reserva para atender as dezenas de pessoas doentes, principalmente com malária e desnutrição.
(Do g1 RR)

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