Militares da reserva que atuaram em diretorias do Ibama durante a gestão Bolsonaro chegaram a ter, em mãos, um plano de ação para entrar na terra indígena Yanomami, em Roraima, e agir para reprimir o garimpo que atua na região.
Esse plano, porém, nunca foi executado.
Os responsáveis por fazer com que as
medidas fossem efetivamente realizadas eram dois coronéis da reserva do
Exército que foram nomeados pelos ex-ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles
e Joaquim Leite.
Trata-se do militar Samuel Vieira de
Souza, que comandou a Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama; e de Aécio
Galiza Magalhães, que foi coordenador geral de fiscalização ambiental do órgão
ambiental.
Em maio do ano passado, a Justiça
Federal em Roraima determinou que a União, o Ibama e a Fundação Nacional dos
Povos Indígenas (Funai) se articulassem para atuar de forma conjunta no combate
aos crimes que dominam a terra indígena Yanomami.
A decisão foi tomada após uma ação
movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em Roraima, que solicitava a
retomada das operações policiais para retirada de invasores que promovem o
garimpo ilegal na terra indígena.
Na ocasião, o pedido apontava que os
órgãos do governo federal vinham desrespeitando decisões judiciais anteriores
que impuseram a retirada de todos os garimpeiros da terra indígena, sob pena de
serem multados R$ 1 milhão.
Um plano de ação chegou a ser elaborado
por membros do Ibama e do MPF, mas nunca saiu do papel.
Em um documento com menos de dez
páginas, membros do Ibama elencaram medidas que deveriam ser tomadas durante um
período de seis meses, envolvendo ações para sufocar a logística do crime, como
a proibição da entrada de alimentos e combustível, além da destruição de
máquinas do garimpo.
Sem o plano em execução, servidores do
Ibama que tinham algum poder de decisão chegaram a realizar algumas operações
pontuais na terra indígena, mas sem atuação ostensiva.
(Por terra)
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