A Polícia Federal encaminhou 1.159 pessoas para a prisão por envolvimento nos ataques antidemocráticos de domingo (08/01) ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que os presos responderão por diversos crimes, inclusive terrorismo e golpe de Estado.
Os presos foram identificados de um
total de 1.843 pessoas detidas inicialmente, encerrando as atividades de coleta
de depoimentos dos manifestantes bolsonaristas radicais que pediam um golpe
contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Transferidos para penitenciárias
enquanto prosseguem as investigações no STF sobre os atos antidemocráticos,
eles irão responder, de acordo com sua participação e responsabilidade, por
crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado
Democrático de Direito, golpe de Estado, e perseguição, além de incitação ao
crime, dentre outros, disse a PF em comunicado.
Dentre os detidos inicialmente, 684
pessoas tiveram prioridade por pertencerem a grupos de idosos, com problemas de
saúde, em situação de rua e pais ou mães acompanhados de crianças, e foram
liberadas para responder em liberdade.
A PF informou que os detidos receberam
quatro refeições por dia e hidratação, além de terem à disposição equipes
médicas durante todo o período em que ficaram em detenção em um ginásio da
corporação, negando acusações de maus tratos feitas pelos presos na internet.
Apesar do grande número de prisões,
novos atos chegaram a ser convocados nas redes sociais para esta quarta-feira
por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro sob o mote de "retomada do
poder".
Em clima de alerta, o governo federal
colocou em prática um arsenal de segurança na capital para reduzir a zero a
chance de repetição dos ataques aos Três Poderes do último domingo.
O esquema incluiu o fechamento parcial
do tráfego na Esplanada dos Ministérios, a prorrogação do emprego da Força
Nacional de Segurança na capital e o incremento do contingente desses policiais
em Brasília, com a mobilização de todo o efetivo em alerta máximo.
Em coletiva na manhã desta quarta (11)
Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e interventor
federal na segurança pública do DF nomeado no domingo por Lula, destacou ainda
que, ao contrário do que ocorreu no domingo, nesta quarta haveria comando das
forças de segurança.
De fato, os preparativos de segurança
evitaram atos violentos e desmobilizou os manifestantes pró-golpe.
Na noite desta quarta, Cappelli afirmou
no Twitter que a operação de segurança "foi exemplar".
"Tenho plena confiança nas forças
de segurança do DF. Extremistas não apareceram, não tomaram o poder na marra e
jamais tomarão. Não há hipótese de se repetir o que aconteceu no dia 8",
publicou o interventor.
(Por Terra)
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