Um mês depois dos atos golpistas em Brasília (DF), 460 extremistas passaram a circular com o uso de tornozeleira eletrônica.
Os dados da Secretaria de Administração
Penitenciária do Distrito Federal atualizados até a tarde desta quarta-feira
(08) apontam que 612 homens permanecem detidos no Complexo Penitenciário da
Papuda.
Nas celas da Penitenciária Feminina, a
"colmeia", estão 305 mulheres.
No dia 8 de janeiro, o número total de
detidos em Brasília chegou a 1.984 pessoas, conforme dados oficiais da
Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.
O ministro Alexandre de Moraes decretou
que, aqueles que forem liberados com o uso de tornozeleira eletrônica, estão
proibidos de fazerem de uso de redes sociais.
Foi determinado ainda o cancelamento de
passaportes e a suspensão do porte de arma e de "certificados de registro para
realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça".
Na semana passada, a Procuradoria-Geral
da República (PGR) denunciou mais 152 pessoas pelos atos golpistas do dia 8 de
janeiro.
Ato todo, já foram apresentadas ações
contra 653 pessoas na Justiça.
Os crimes enquadrados na denúncia do
Ministério Público podem levar os extremistas a cumprir penas de até nove anos
de prisão.
As últimas denúncias foram apresentas
entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro.
Os denunciados foram pessoas detidas no
Quartel General do Exército, em Brasília, de onde saiu o grupo que atacou os
Três Poderes.
Eles são acusados dos crimes de associação
criminosa e de incitar a animosidade entre as Forças Armadas contra os Poderes
Constitucionais, condutas ilegais previstas no Código Penal.
Os ataques deixaram um rastro de
destruição nas sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo
Tribunal Federal.
Além disso, os extremistas ameaçaram
ministros do Supremo, congressistas e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O grupo defendia intervenção militar e
prisão de Lula.
O Estadão identificou 88 golpistas que
participaram dos ataques no dia 8 de janeiro e mostrou que a ação foi
premeditada.
Segundo o subprocurador-geral da
República Carlos Frederico Santos, que assina as denúncias, o QG do Exército
apresentava "evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência"
dos manifestantes que defendiam a tomada do poder.
Além da condenação e prisão, a
procuradoria também pede o pagamento de uma indenização "em
razão dos danos morais coletivos evidenciados pela prática dos crimes imputados".
(Por Terra)
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