O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, contou nesta sexta-feira (31/03) sobre as visitas aos presos por envolvimentos nos atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.
Segundo o relato do magistrado, há
várias pessoas alienadas.
"Eu fui no presídio com a ministra
Rosa Weber. Há várias pessoas alienadas, que acham que não fizeram nada, que
era liberdade de manifestação. Uma delas chegou a dizer que estava passando por
perto, viu (a depredação) e aí ela ia orar e Deus disse para ela se refugiar
embaixo da mesa do presidente do Senado. Só por causa disso ela entrou. É um
negócio assustador", afirmou o ministro.
O magistrado disse ainda que não é
possível subestimar os novos ataques à democracia e defendeu, novamente, a responsabilização
das redes sociais.
"(As redes sociais) foram
instrumentalizadas e se permitiram instrumentalizar dia 8 de janeiro. Não
podemos deixar que isso passe sem pactuar novamente qual o grau de
responsabilidade (delas). Para mim, toda regulamentação tem que ser baseada em
uma única regra: o que vale no mundo real vale no virtual", disse
Moraes.
Segundo o Supremo, 751 pessoas ainda
continuam presas após se envolverem nos atos de vandalismo em Brasília.
Já outras 655 foram liberadas e vão responder
o processo em liberdade.
A
INVASÃO
A invasão ocorreu das 15h até às 18h20
do domingo de 8 de janeiro.
Os extremistas marcharam até o Palácio do Planalto
e se agruparam no local por 2 horas, quando enfim centenas furaram o bloqueio
de poucos militares e em 10 minutos começaram a depredar o Congresso Nacional.
Às 15h30, a Polícia Militar do Distrito
Federal tentou manter os golpistas lançando as primeiras bombas de gás.
Flávio Dino se pronunciou 13 minutos
depois, afirmando ser uma invasão absurda e pediu reforços.
Com pouca efetividade das Forças
Armadas, os extremistas, às 15h50 invadiram então o Palácio do Planalto.
Com a diferença de 10 minutos, os
vândalos invadiram também a sede do Supremo Tribunal Federal, local mais
depredado dos Três Poderes.
A Força Nacional, o reforço solicitado
por Dino, chegou às 16h25 na Esplanada e tenta conter os milhares de golpistas.
Até às 18h, horário dos últimos atos dos
extremistas, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), demitiu o
secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, o procurador-geral da
República, Augusto Aras, pediu que a Procuradoria da República do Distrito
Federal abrisse uma investigação contra os atos, o presidente Lula decretou
intervenção federal no Distrito Federal e nomeia Ricardo Capelli como interventor da segurança
do DF.
Às 18h20, os golpistas atearam fogo em
frente ao Congresso Nacional.
Ao mesmo tempo, a polícia do Distrito
Federal começou a prender os radicais e retomar os prédios públicos.
(iG)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.