"Ele foi frio, não demonstrou muita emoção e admitiu, confessou [o ataque], na presença da advogada, na presença dos pais", afirmou o delegado Marcos Vinicius Reis sobre o depoimento do estudante de 13 anos que matou uma professora a facadas e feriu outras quatro pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, durante ataque a instituição na última segunda-feira (27/03).
Em entrevista ao jornal Folha de São
Paulo, o delegado do 34º Distrito Policial, responsável pela investigação do
caso, afirmou também que a motivação do crime ainda é investigada.
De acordo com a autoridade policial,
para determinar o que motivou o aluno a cometer o ataque, a polícia irá tentar
obter mais informações sobre as brigas que foram relatadas, analisar o bilhete
que o adolescente deixou em casa e também as postagens que ele fazia em suas
redes sociais.
"Ele [autor do ataque] passou
todas as informações de forma pormenorizada, ele admitiu os fatos. E as imagens
são fortes", disse o delegado. "Esperamos que ele permaneça
apreendido. Foi um procedimento com bastante lisura e trabalhoso. É um caso que
envolve menores e uma vida", acrescentou ele em entrevista à
Folha.
O adolescente de 13 anos foi transferido
do no início da noite de segunda para o IML (Instituto Médico Legal) para
realização do exame de corpo de delito.
Após o procedimento, ele foi levado para
a Vara da Infância e Juventude, onde será avaliado por um juiz que determinará
se o menor irá cumprir medida socioeducativa em regime de internação.
O Estatuto da Criança e do Adolescente
prevê pena máxima de até três anos para atos infracionais cometidos por
adolescentes.
O adolescente de 13 anos que atacou a
escola já apresentava "comportamento
suspeito nas redes sociais" antes do crime.
Em fevereiro, uma funcionária de outra
unidade educacional, em Taboão da Serra, havia feito um boletim de ocorrência
denunciando a situação.
De acordo com o jornal O Globo, à época em que ocorreu a
notificação à Polícia Civil, em 28 de fevereiro deste ano, o menino estudava na
Escola Estadual José Roberto Pacheco.
Pouco tempo depois, ele foi transferido
para o colégio onde fez o ataque à faca.
O caso foi registrado no 1° Distrito
Policial de Taboão da Serra.
A funcionária da escola relatou às
autoridades que o estudante publicou "vídeos
comprometedores", "portando
arma de fogo" e "simulando
ataques violentos".
Além disso, ele teria encaminhado "mensagens e fotos de armas aos demais alunos
por WhatsApp", e que alguns pais estavam se sentindo "acuados e amedrontados" com tais
mensagens e fotos.
Diante da denúncia, foi determinada a intimação dos pais do
aluno e o prazo de seis dias para que as investigações fossem realizadas.
Já em 15 de março, o adolescente foi
transferido para a escola Thomazia Montoro, onde ocorreu o ataque.
Na semana passada, o jovem se envolveu
em uma briga, que teria começado após proferir xingamentos racistas a um
colega.
Ele o chamou de "macaco" e "ratinho".
A confusão foi apartada pela professora
Elisabete Tenreiro, de 71 anos, a primeira a ser atingida pelo aluno.
Ela não resistiu aos ferimentos e acabou
morrendo.
Pouco antes de ir para a escola, ele anunciou nas redes sociais que
iria realizar o ataque.
Em um dos tweets, ele afirma ter
aguardado por esse momento a "vida
inteira”, e que esperava matar ao menos uma pessoa.
(Por Terra)
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