sexta-feira, 24 de março de 2023

MARCOLA GASTOU 'POUPANÇA' DE R$ 60 MILHÕES PARA BANCAR PRÓPRIO RESGATE

Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, enviou “60 milhões de reais” para integrantes do PCC nas ruas executarem o resgate dele na prisão.

Segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, o plano é financiado pelos irmãos Camacho – não pelos cofres da organização.
E continua em curso.
O QUE ACONTECEU...
*Marcola e o irmão Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior liberaram “60 milhões de reais” para que integrantes da facção nas ruas providenciassem o resgate do líder do PCC.
Marcola está preso no presídio federal de Brasília.
*O dinheiro vem do tráfico de drogas.
Segundo as investigações, Marcola chega a faturar “5 milhões de reais” por semana com negócios particulares.
*A suspeita é que os integrantes do PCC tenham contratado quadrilhas de roubo a banco para a operação.
*Os grupos escolhidos têm experiência em planejamento e logística de ações aos moldes do "domínio de cidades" ou "novo cangaço".
*O encarregado pelo resgate de Marcola seria Devanir de Lima Moreira, o Deva.
Ele é apontado como o responsável pelo PCC em ações na Bolívia e esteve com o líder da facção no presídio de Presidente Venceslau em 2006.
*Deva foi condenado a 21 anos de prisão por formação de quadrilha e envolvimento em três roubos.
*As ações envolvem ataques contra joalherias e agências bancárias. 
Ele está foragido.
OS PLANOS DE AÇÃO DO PCC...
*Existem dois planos diferentes orquestrados pela facção, o A e o B.
Segundo Gakiya, um está relacionado ao outro.
*O plano A, chamado de STF, envolvia o resgate de Marcola "a qualquer custo" e começou a ser desenvolvido em 2019.
Em agosto do ano passado, uma das tentativas foi frustrada pela PF.
Em janeiro, Marcola teria voltado para o Distrito Federal "contrariado e com a certeza de que seria resgatado".
*O plano B, identificado como STJ, estava pronto para ser colocado em prática, caso o A não desse resultado.
Inclui ataques e sequestros de agentes públicos para "causar caos e desestabilizar a Segurança Pública" e foi interceptado pela PF na quarta (22/03).
O PLANO B
*O plano para o atentado contra o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) estava pronto e não foi deflagrado porque faltava a autorização de Marcola, segundo o MP.
*Esse plano contra autoridades e agentes públicos começou a ser pensado em 2022, quando as investigações identificaram recibos de pagamento de aluguéis de chácaras na região metropolitana de Curitiba.
*O PCC investiu US$ 550 mil (R$ 2,9 milhões) na organização do atentado contra Moro.
Além das chácaras, o grupo procurou por veículos blindados e armas.
*A PM fazia escolta de Moro havia um mês. 
Após ser informada extraoficialmente sobre o plano do PCC, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná providenciou proteção armada à família do senador.
As informações sobre a investigação foram repassadas à reportagem por diferentes fontes ligadas à operação da PF, ao sistema prisional federal e às forças de segurança do Paraná e de São Paulo.
(Uol)

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