Amanda Christina Souza Pinto, de 34 anos, foi indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais pelas mortes de sua mãe, de 67 anos, e de sua filha, de 10 anos.
Os homicídios aconteceram no Bairro
Piratininga, em Belo Horizonte, no último dia 15.
Segundo as investigações, a mulher teria
dado a opção para a criança escolher morrer ou ir para um abrigo.
Ela também tentou se suicidar, sem
êxito, após matar a menina.
De acordo com o parecer da equipe de
Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
o que motivou o crime foi vingança.
As investigações revelaram que Amanda
fazia sua mãe pagar pelo financiamento de seu apartamento que, na verdade, já
estava quitado.
A idosa questionou a filha quando
descobriu e foi estrangulada por Amanda com um mata-leão.
Depois de matar a mãe, no último dia 13,
a mulher cobriu o corpo com um lençol e jogou borra de café ao redor, para
evitar mau cheiro.
No dia seguinte, 14, ela matou sua filha
ao perceber que não teria como arcar com os custos da criação da menina - pois
sua mãe que era responsável pelas contas da casa.
De acordo com a chefe do DHPP, Letícia
Gamboge, Amanda relatou que tinha decidido se matar, mas, antes, conversou com
a filha: “Em uma situação inusitada e repugnante, ela [suspeita] deu opção à
filha que seria morrer ou ir para um abrigo, algo que chocou a todos nós no
transcorrer da investigação”, contou Gamboge.
Os registros mostram que, primeiro, a
mulher tentou cortar os pulsos da criança, mas não conseguiu.
Amanda, então, estrangulou a filha, como
havia feito com a mãe, amarrando a menina.
No dia 15, após os dois homicídios,
Amanda tentou se suicidar destravando o registro do gás de sua casa.
Mas os vizinhos sentiram um cheiro forte
e acionaram o Corpo de Bombeiros Militar, que a encontraram desacordada.
Amanda foi encaminhada ao hospital para
atendimento médico e, dias depois de ser transferida para o sistema prisional,
precisou ser internada novamente.
Ela segue na unidade hospitalar.
O inquérito foi concluído nesta
segunda-feira, 27, e a mulher responderá por duplo homicídio qualificado por
motivo fútil.
‘MANIPULADORA,
FRIA E POSSESSIVA’
A delegada que coordena as
investigações, Iara França, contou que, inicialmente, a mulher teria dito que
matou a mãe durante uma brincadeira.
Porém, em meio às diligências, a Polícia
Civil apurou que a versão não se sustentava.
“Essa mulher [suspeita] é uma pessoa
extremamente manipuladora, fria e possessiva. Ela tinha todo o controle da
casa, não trabalhava, não queria fazer o serviço da casa nem trabalhar fora,
não queria tomar conta da própria filha”, disse Iara, que ainda ressaltou
que quem cuidava da criança era a avó.
De acordo com a delegada, a suspeita não
tem nenhum histórico de depressão ou de uso de medicamento controlado.
Conforme apurado, ela fazia uso de
drogas ilícitas, como maconha e cocaína, e o pai da criança vítima do
homicídio, que tinha envolvimento no tráfico de drogas, foi assassinado em
2018.
(Por Terra)
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