Uma semana após o ataque a uma creche de Blumenau (SC) que deixou quatro crianças mortas e outras cinco feridas, o autor do crime disse à Polícia Civil que não se arrependia dos assassinatos.
O QUE ACONTECEU
*Ele
foi indiciado por quatro homicídios quadruplamente qualificados e cinco
tentativas de homicídio.
Nos
assassinatos, os agravantes são: por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade
de defesa das vítimas e por serem menores de idade.
*A
investigação apontou que ele não pertence a nenhuma célula neonazista.
Mais
de 20 pessoas prestaram depoimento.
A
Polícia Civil ouviu a mãe, o padrasto, amigos e pessoas que tiveram algum tipo
de contato com o autor do ataque.
*O
agressor disse à polícia que decidiu fazer o ataque contra crianças porque elas
"correm devagar".
Em
depoimento, observou que uma das crianças chegou a rir para ele, achando que
fosse uma brincadeira.
Em
seguida, ela acabou sendo atingida.
*A
Polícia Civil de Santa Catarina concedeu entrevista hoje à tarde (17/04) na
capital Florianópolis sobre a conclusão do inquérito.
O
agressor, de 25 anos, está preso preventivamente pelo crime.
“A gente esperava encontrá-lo bem menos
agressivo, coisa que não aconteceu. Ele estava frio, contou como fez, disse que
não se arrependia [do crime] e que e que faria de novo”, disse o Ronnie
Esteves, delegado responsável pela investigação.
USO
DE DROGAS E FACADAS EM PADRASTO
*Após
o ataque, a perícia encontrou "indícios de cocaína" no sangue dele,
segundo a Polícia Civil.
Outras
duas substâncias também foram identificadas.
*A
Polícia Civil detalhou na coletiva a tentativa de assassinato contra o padrasto
e a dependência química do autor do crime.
Reportagem publicada pelo UOL
revelou que o caso, ocorrido há dois anos, foi registrado equivocadamente como
"lesão corporal leve" e não foi investigado.
*O
padrasto foi atingido por facadas no pescoço, no abdômen e no braço após ter
pedido que o enteado saísse de casa.
Na
época, o padrasto pediu ao enteado que saísse de casa porque ele passou a usar
drogas.
*Depois
disso, o autor do ataque na creche chegou a ser internado em uma clínica de
reabilitação.
Mas
saiu de lá e passou a perseguir o padrasto.
"Saí
de Blumenau para não ser morto", revelou o padrasto ao UOL.
AGRESSOR
DISSE QUE IRIA FAZER “COISA GRANDE”
*Duas
semanas antes do crime, o agressor da creche teria dito a um amigo que iria
fazer "coisa grande".
O
relato foi dado em depoimento à Polícia Civil de Santa Catarina.
*"Ele
se reuniu com um amigo na praça e teria dito ainda que faria algo grande, mas
não disse o quê", contou o delegado.
COMO
ELE AGIU
*O
agressor disse à polícia que passou em duas outras escolas antes de ir até o
Cantinho Bom Pastor, onde matou as crianças.
*Segundo
o delegado Rodrigo Raitez, o autor do ataque percorreu 22 quilômetros do
momento em que saiu de casa até cometer o crime e se entregar à polícia.
O
percurso teria sido feito em pouco mais de uma hora, de acordo com a
investigação.
(Uol)
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