Os
ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e da Cidadania enviaram
solicitações ao Ministério Público Federal e para a Polícia Federal no sentido
de que sejam apurados os crimes que podem ter sido cometidos na retirada de uma
passageira de um voo na madrugada de sábado (29/04), em Salvador (BA).
Em
vídeos divulgados nas redes sociais, policiais federais retiram a pesquisadora
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Samantha Vitena, uma mulher negra, de um
avião da Gol durante uma discussão a respeito do despacho de uma mala.
Os
ministérios afirmam que receberam com “indignação” as notícias da situação
ocorrida no voo que tinha como destino o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
“Notificamos
a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para adoção de todas as medidas
cabíveis no sentido de prevenir, coibir e colaborar com a apuração de casos de
racismo praticados por agentes de empresas aéreas, aprimorando seus mecanismos
de fiscalização”, diz publicação das pastas divulgada no Twitter.
No
vídeo, um dos policiais argumenta que a decisão foi tomada por determinação do
comandante da aeronave.
Também
é possível ver o apoio que Samantha teve de outros passageiros.
Em
sua página no Instagram, a jornalista Elaine Hazin, que estava no mesmo avião
que levava Samantha, classifica o episódio como “um caso extremamente violento de
racismo”.
Segundo
ela, os passageiros embarcaram no voo 1575 da Gol Linhas Aéreas com uma hora de
atraso e a mulher não conseguia lugar para guardar a mochila, que continha um
laptop.
“Conseguimos
um lugar para a mochila de Samantha e, nem mesmo assim, o voo decolaria. Mais
uma hora de atraso, nenhuma satisfação da companhia área, gente passando mal no
avião e eis que três homens da Polícia Federal entram de forma extremamente
truculenta no avião para levar a ‘ameaça’ do voo – a Samantha. Ela se defende,
mas não reage. Alguns pedem para ela não ir (na maioria mulheres),”
disse Elaine.
“Esta
história não termina aqui, queremos justiça e respeito para todos, queremos que
a Gol, este comandante e a tripulação paguem por este crime e os policiais
também respondam por tamanha violência”, concluiu a jornalista no post.
POSICIONAMENTO
DA GOL
Em
nota, a Gol Linhas Aéreas informou que, durante o embarque do voo 1575 com
destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, havia muitas bagagens a serem
acomodadas a bordo.
“Muito
clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as
alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação
da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida
de segurança operacional, não pôde seguir no voo”, argumentou a
empresa.
“Lamentamos
os transtornos causados aos clientes, mas reforçamos que, por medidas de
segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as
regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A companhia ressalta ainda
que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor
experiência a quem escolhe voar com a Gol e segue apurando cuidadosamente os
detalhes do caso."
POLÍCIA FEDERAL
A
superintendência da Polícia Federal na Bahia informou que instaurou, neste
domingo (30), inquérito policial para apurar crimes de preconceito racial na
retirada "compulsória" da passageira do voo Gol 1575.
Segundo
a corporação, a investigação permanece em sigilo até a conclusão.
A
reportagem da Agência Brasil entrou em contato como o Ministério Público
Federal, na Bahia, e com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e aguarda
resposta sobre o posicionamento a respeito do caso.
(Por
Rede TV!)
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