O Primeiro Comando da Capital (PCC) pagava uma média de “30 mil reais” aos funcionários da área restrita do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por cada bagagem com cocaína que era despachada para a Europa.
A informação foi revelada pela Polícia
Federal ao Metrópoles.
A quantia equivale a mais de um ano do
salário dos envolvidos.
Segundo reportagem, os valores foram
apurados pela PF durante investigação sobre uma modalidade utilizada pelo
tráfico para enviar droga para outros países: troca de etiquetas de malas.
O esquema ganhou repercussão após duas
brasileiras terem sido presas na Alemanha, depois que suas bagagens foram
trocadas por malas com cocaína.
A polícia alemã prendeu as vítimas por
tráfico de drogas internacional, no dia 5 de março.
Depois de mais de um mês detidas, as
brasileiras foram soltas apenas nesta terça-feira (11/04) após a PF comprovar
que elas eram inocentes.
Imagens de câmeras de segurança
flagraram o crime.
Seis funcionários suspeitos de participarem
da quadrilha foram presos.
FUNCIONÁRIOS
ENVOLVIDOS TINHAM BAIXOS SALÁRIOS
De acordo com a PF, a média de salário
dos funcionários da área restrita é de “2 mil reais” por mês.
E, algumas vezes, eram despachadas
bagagens que garantiam que eles ganhassem, em apenas um dia, o equivalente a
dois ou até cinco anos de seu salário no aeroporto.
"É fácil cooptar esses
funcionários. São pessoas simples, que ganham mal", afirmou uma
das fontes envolvidas na investigação, ouvida sob condição de anonimato pelo
Metrópoles.
Segundo a PF, os funcionários da área
restrita tinham a função de pegar as bagagens depois de despachadas pelos
passageiros no check-in e colocá-las dentro do avião.
Conforme informado pela polícia ao site,
eles são a base da pirâmide e ganham dos criminosos de “25 mil a 30 mil reais” por
cada mala despachada com drogas, que na maioria das vezes é cocaína.
São esses funcionários também que trocam
etiquetas de bagagens aleatórias despachadas de forma regular com outras malas
que têm drogas.
Depois da fraude, conforme a
investigação, eles despachavam as bagagens com entorpocentes assim que o
check-in era encerrado e as desviava da fiscalização automática, para não
passar pelo raio- CRITÉRIO DE PAGAMENTO
Investigações da Polícia Federal também
descobriram que, quanto mais arriscada e importante é a função do funcionário
corrompido, mais dinheiro ele ganha.
Por exemplo, aqueles que recebem as
malas com drogas nos destinos e as desviam da fiscalização local podem ganhar
mais de “100 mil reais” por cada bagagem.
Além disso, os funcionários que fazem
"vista grossa" para impedir a fiscalização também ganham de “25 mil a
30 mil reais” por isso.
Ainda conforme a PF revelou ao Metrópoles, com esse
esquema, os traficantes conseguem despachar até 40 quilos de pasta-base de
cocaína por bagagem, o que rende milhões de dólares ao PCC por cada mala
enviada à Europa.
(Por Terra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.