sexta-feira, 19 de maio de 2023

JUSTIÇA MANDA SOLTAR ACUSADOS DE LATROCÍNIO QUE CHOCOU FAGUNDES

Os três acusados de um crime de latrocínio que chocou Fagundes, no Agreste, na tarde de 4 de maio do ano passado, tiveram suas prisões revogadas pela 2ªVara Mista de Queimadas.

O crime aconteceu numa casa lotérica e foi registrado pelas câmeras de monitoramento do estabelecimento.
A covardia e frieza dos assassinos mostraram uma face cruel e impiedosa contra um idoso de 67 anos de idade que não esboçou nenhuma atitude ou reação que merecesse qualquer resposta de violência.
Marcos Antônio Dantas, funcionário da Cagepa, morto a tiros, foi alvo de uma sanha e de uma cena demoníaca.
Mas não demorou muito e a Polícia Civil deu um resposta contundente prendendo todos os envolvidos que não tiveram como negar a participação na trama selvagem e brutal.
Um dos executores foi morto dias depois por comparsas, como queima de arquivo, mas isso não foi suficiente para impedir o êxito na elucidação do latrocínio.
MAS POR QUAL MOTIVO OS TRÊS PRESOS FORAM LIBERADOS?
As Prisões Preventivas foram mantidas sob condição de serem feitas perícias em dois celulares dos acusados num prazo de 20 dias sob pena de serem revogadas as prisões cautelares por excesso de prazo.
Apenas um aparelho foi periciado em prazo superior ao determinado pela justiça.
E em não sendo periciado o segundo celular “não houve outro caminho senão a revogação das prisões preventivas dos acusados”.
Os acusados, que foram liberados são José Poliano Andrade de Azevedo, Wesley Rodrigues e João Victor Herculano Rodrigues.
A liberdade provisória foi concedida e sem pagamento de fiança.
Nesta sexta (19) o advogado Adelk Dantas Souza (foto), que representa a família de Marcos Antônio Dantas, concedeu entrevista ao repórter Renato Diniz/TV Borborema SBT e disse que “o juiz tem que analisar a prisão a cada três meses. Passada a audiência de instrução onde foi colhida as provas, Ministério Público, juntamente com a assistência de acusação requereram algumas perícias em aparelhos celulares que tinham sido apreendidos no curso das investigações. O juiz deferiu e estabeleceu um prazo. Infelizmente essas perícias não chegaram no prazo requerido pelo juiz e com base nisso ele enxergou um excesso de prazo na finalização da instrução processual e revogou a prisão desses acusados”.
O advogado Adelk Dantas é sobrinho da vítima.
Ele afirmou que o “sentimento é de muita revolta e de muita comoção da família. Na última sexta-feira (12/05) estávamos celebrando uma missa em homenagem a sua memória (de Marcos). Toda família enlutada. Foi uma perda precoce, covarde e brutal (como as imagens mostraram, sem qualquer reação, extremamente cruel). A família ainda dilacerada pela morte, pela ausência (isso agora foi uma segunda morte – como disse a viúva). Agente respeita as decisões judiciais. A gente respeita todas elas: favoráveis e desfavoráveis. Porém a gente não se conforma com elas e dentro das ‘quatro linhas’ a gente vai recorrer. Ainda ontem (quinta, 18) estive com o promotor do caso (Dr. Leonardo), já alinhando com ele os procedimentos que a assistência vai tomar junto com a promotoria pra gente tentar reverter essa decisão porque de fato ela é muito dolorida”.
Adelk acrescentou que “é possível sim que a decisão (da soltura) pode ser revertida (seja ela benéfica ou maléfica). Qualquer uma dela pode ser revertida. No presente caso (morte de Marcos), as provas são substanciais. São robustas. Há imagens, há testemunhas, há confissões deles, há provas circunstanciais (roupas encontradas em poder (roupas que foram usadas pelos autores no dia do crime e explicações que eles não conseguiram dá. Então o processo está demasiado (farto) de provas que mostram que essas pessoas foram os autores (sejam executores, sejam aqueles que estiveram participando de forma intelectual daquela empreitada e bárbaro crime que aconteceu”.
ENTENDA E RELEMBRE O CASO
Um ato de covardia chocou os moradores de Fagundes, no Agreste, no final da tarde de 04 de maio do ano passado.
Um funcionário da Cagepa foi assassinado por dois bandidos dentro de uma casa lotérica.
Todas as tardes ele se dirigia ao estabelecimento que pertence ao filho.
Os bandidos usaram de perversidade extrema.
Em momento algum a vítima esboçou reação, tentou se defender, mas foi atacada.
Inicialmente um dos ladrões atirou na direção de uma das pernas, em seguida os dois começam a agredir o homem a coronhas e depois efetuarem os disparos fatais.
Marcos foi socorrido para o Hospital em Fagundes, mas acabou não resistindo.
A lotérica, 50 dias antes, tinha sido assaltada.
Na noite de 05 de maio a PC prendeu Wesley Rodrigues, de 22 anos.
No dia 11 de maio prendeu João Victor Herculano, de 18 anos de idade.
Ele foi capturado na casa do pai, na Rua Arius, no Bairro Catolé, escondido numa laje e após a prisão moradores aplaudiram a ação da Polícia Civil.
No dia 12 de maio foi localizado em cova rasa o corpo de Renato Teófilo, de 15 anos, (o segundo executor).
O corpo foi encontrado próximo ao Alphaville, em Campina Grande.
Renato foi morto como uma espécie de “disciplina” e “queima de arquivo” diante da tamanha repercussão da morte do aposentado.
A morte dele (de Renato) foi presenciada pelo comparsa João Victor.
O latrocínio foi praticado por João Victor e pelo adolescente.
Já Wesley Rodrigues confessou que a participação dele foi de “pegar” os executores (que não eram de Fagundes) e que estavam indo para lá cometer o assalto.
Como em Fagundes “todo mundo se conhecia”, era necessário que o crime fosse executado por duas “pessoas de fora (não conhecidas)”.
Os dois executores, o adulto e o adolescente, chegaram à Fagundes na terça (03) vindos de Campina Grande.
Num posto de combustíveis da cidade os dois executores se encontram com Wesley que os levou até a casa de um quarto envolvido (Poliano) onde dormiram para cometer o crime na quarta.
Ficou acordado entre os latrocidas que cada um receberia uma quantia do roubo à lotérica.
As roupas que o foragido João Victor usava na tarde do crime foram localizadas na casa dos pais dele.
As imagens das câmeras da lotérica ajudaram neste detalhe da roupa, inclusive.
O objetivo era realmente executar o roubo na lotérica de familiares da vítima Marcos Antônio
(Por www.renatodiniz.com)

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