Um homem espancado por três pessoas na última segunda-feira (12/06), ao ser confundido com um estuprador enquanto acompanhava à distância a filha na volta de uma escola em Botucatu (SP), disse que a garota ficou traumatizada ao vê-lo ensanguentado.
O
QUE ELE DISSE
O assistente jurídico Paulo Vitor Papa,
37, disse que precisou acalmar a filha após ser agredido por três funcionários
da escola.
"Ela me viu com a camisa ensanguentada e precisou falar com uma
psicóloga para se acalmar. Minha filha está em estado de choque",
disse ao UOL.
A menina de 13 anos estava voltando com
uma amiga no primeiro dia de aula do curso de Robótica no Sesi-SP.
Como era a primeira vez que seguiria
para casa sem os responsáveis, Paulo Vitor combinou com a mãe dela que a
acompanharia à distância sem que ela soubesse.
O pai enviou vídeos e áudios para a mãe,
enquanto acompanhava a volta para a casa da menina.
"Depois você mostra tudo isso para
ela. Ela pensando que está andando sozinha? Ela nunca estará sozinha",
disse Paulo Vitor em um dos áudios.
"Realmente, ela é desligada, né?
Porque eu falei pra ela: 'se alguém tiver te seguindo, você me liga'. Ela nem
percebeu que você está seguindo ela", respondeu a mãe.
"Ela queria voltar para casa
sozinha e nós sempre negamos. Aí, de tanto que ela insistiu, a gente combinou
que eu iria atrás, da saída do Sesi até a casa dela", contou o
pai.
O pai da garota disse que viu pessoas em
um carro parando para falar com as meninas.
"Um carro branco parou para
conversar com elas... Agora eu vou ter que chegar perto”, disse em
áudio para a mãe da garota.
Em seguida, contou ter sido abordado por esses
mesmos homens, ser questionado por que estava seguindo as meninas e ter respondido
que era pai de uma delas.
“Aí, os homens desse carro voltaram a abordar
a minha filha, perguntando se eu era pai dela. Como ela não me viu, ela disse
que não e saiu correndo. Nisso, o diretor do Sesi encostou o carro na minha
frente e disse: 'pega ele'. Três homens começaram a me agredir com socos e
chutes. Aí, saí correndo até uma outra escola. Liguei para a polícia e para a
mãe da minha filha. Mas eles me seguiram e me agrediram novamente. Eles só
pararam e foram embora quando a minha filha chegou e disse que eu era pai dela.
Estou com hematomas nos pés, joelhos e dores pelo corpo. Não merecia ter
passado pelo que passei”.
O
QUE SE SABE SOBRE O CASO
Em depoimento, o pai da menina disse ter
sido chamado de "malandro", "mentiroso" e
"estuprador".
Os agressores saíram do local antes da
chegada da polícia.
A Polícia Civil aguarda o resultado do
exame do IML no pai agredido para definir se o caso será tratado como lesão
corporal grave ou leve.
Por enquanto, apenas o diretor do
Sesi-SP foi identificado.
A investigação agora tenta identificar
os três agressores para que eles prestem depoimento na delegacia.
Policiais estão atrás de câmeras de
segurança que possam ter registrado as agressões.
Em nota, o Sesi-SP disse que o próprio
diretor da instituição chamou a polícia, versão contestada pela vítima.
Além disso, o órgão disse que "aguarda
a apuração do que efetivamente ocorreu pelas autoridades competentes".
(Uol)
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