O 2ºTribunal do Júri se reúne em Campina Grande, nesta quarta (07/05), para realizar o julgamento três envolvidos na morte de Everton Siqueira, de 5 anos, que foi assassinado num ritual macabro em outubro de 2015 na cidade de Cuité, no Cariri.
No ano passado, no dia 24 de maio, a mãe
do dele, Laudenice dos Santos Siqueira, foi condenada a 34 anos de reclusão.
O julgamento foi desaforado da Comarca
de Sumé.
ENTENDA
O CASOO corpo do menino de cinco anos foi
encontrado em 11 de outubro dentro de uma vala, por trás de uma escola
municipal.
Havia um corte do tórax até a virilha.
Além disso, o pênis dele foi decepado e
encontrado espetado numa vara.
Cinco pessoas foram presas pelo crime:
Laudenice dos Santos Siqueira, a mãe de Everton; o padrasto, Joaquim Nunes dos Santos, conhecido como "xana"; o pai de santo Wellington Soares e
Denivaldo Santos Silva, de 37, conhecido como "paulistinha".
João Batista de Sousa (que tinha
problemas mentais e estava no local onde o corpo foi desovado) também foi
preso.
Iury Givago, então delegado, na época
estava em Sumé.
Ele e outros colegas se revezaram nas
investigações.
No dia 05 maio do ano passado ele
concedeu entrevista a Patrulha da Cidade/TV Borborema.
Givago contou que “a mãe e o padrasto não tinham
tanto interesse de encontrar, de procurar a criança que estava desaparecida
havia alguns dias. Eu lembro que foi no dia das crianças que esse cadáver
apareceu dentro de uma vala, próximo à casa da família. Esse cadáver estava com
uma incisão no tórax até o abdome e também o pênis da criança estava decepado.
Quando assumimos a investigação, ouvimos as pessoas que tinham conhecimento dos
fatos, os conselheiros tutelares e começamos a inquirir os suspeitos. Eles (os
suspeitos) ao tempo todo se contradiziam. Foi quando a mãe informou que havia
sido o padrasto que teria cometido o crime que investigação tomou outro rumo em
questão de horas (foi um flagrante que começou às seis da manhã e terminou à
meia-noite). Em questão de horas ouvimos vinte pessoas e a partir desses
depoimentos nós coletamos várias informações que foram importantes. Eu, o dr.
Paulo Ênio, dr. Rodrigo Monteiro, se revezando nas diligências, conseguimos
confissões de outros suspeitos e de pessoas próximas aos suspeitos”.
O delegado Iuri Givago disse que “inicialmente
foram presas cinco pessoas: a mãe, o padrasto, um deficiente mental (que o
padrasto da criança dolosamente o colocou na cena do crime para acusá-lo e
posteriormente o matou lá no presidio em João Pessoa), um amigo da família que
participou da execução do crime e um ‘suposto religioso’ que confessou a
prática do crime e disse que a finalidade era justamente oferecer o sague da
criança a ‘alguma divindade’. E o ‘religioso’ disse mais: não era só a criança
de cinco anos que era o alvo da ação criminosa. A irmã dele (do menino) mais
velha, de oito anos, também seria assassinada com a mesma finalidade”.
A
MÃE E O PAI DE SANTOGivago falou sobre a mãe do menino e
como agiu o pai de santo Wellington Soares durante o ritual.
“Esse ‘cidadão’ que se intitulou religioso
disse que enquanto o sangue da criança era derramado numa tina (numa bacia)
falava frases e palavras da ‘religião dele’ e esse sangue seria oferecido a
alguma divindade e ele disse que a mãe participou ativamente da morte do filho”.
O delegado informou que “a
pessoa que seria beneficiada com esse ritual macabro pagaria muito caro pelo
sangue. Tentamos investigar quem seria a pessoa que teria se beneficiado ou
teria pago, mas infelizmente nós não conseguimos identificá-la. E aí a mãe
teria participação por causa de oferecer o filho, por causa do dinheiro”.
O
DEFICIENTE MENTAL E O PADRASTO DO MENINOO delegado também explicou como o
deficiente mental foi parar nas investigações e quem era Joaquim Nunes, o
padrasto.
“O deficiente foi um verdadeiro bode
expiatório. O padrasto o levou até a vala onde a criança estava e começou a
gritar que ele tinha matado Everton. Isso aí está consignado nos altos (essa
atitude dolosa dele para poder acusar o deficiente mental). Inclusive esse
padrasto era uma figura tão estranha que não usava o nome real dele. Era uma
pessoa que cumpria pena numa cadeia pública da região do Brejo e foi pra Sumé e
assumiu uma outra identidade. Isso também foi descoberto ao longo da
investigação. Contra ele já havia um Mandado de Prisão. Estão essa pessoa era
capaz de tudo”.
(Por www.renatodiniz.com)
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