O governo Lula está fazendo uma limpa
nas irregularidades do cadastro do Bolsa Família.
Até julho, 934 mil beneficiários que
diziam viver sozinhos foram cortados.
Esse grupo havia explodido de forma
artificial durante o Auxílio Brasil de Jair Bolsonaro — de 15% para 27% das
famílias atendidas. Há suspeita de fraude.
Primeiro, em abril, o governo fez o
bloqueio temporário de mais de um milhão de beneficiários que afirmavam morar
sós.
Determinou também que prestassem mais
informações.
Houve confusão.
Nos meses seguintes, quem não preencheu
os requisitos foi cortado.
Grande parte nem mesmo se manifestou.
Novos cortes devem ocorrer em agosto.
O
QUE ACONTECEU
Corte ocorreu entre beneficiários que
dizem viver sozinhos.
São os chamados benefícios unipessoais.
Número caiu de 5,9 milhões, em janeiro
de 2022, para 4,9 milhões, em julho.
Sob Bolsonaro, benefícios unipessoais
passaram de 2,2 milhões para 5,9 milhões.
Esse crescimento diminuiu o peso das
famílias com duas ou mais pessoas no programa.
Quando o Auxílio Brasil foi iniciado,
elas representavam 85% dos beneficiários.
Já no final do governo, eram 73%.
Não houve mudança no perfil das famílias
brasileiras.
O IBGE registrou que, em 2022, 16% das
casas tinham apenas uma pessoa — patamar parecido com o que era registrado
pré-Auxílio Brasil.
VALOR
MÍNIMO DO AUXÍLIO BRASIL INCENTIVOU FRAUDES
No Bolsa Família, o valor transferido
era proporcional ao tamanho da família.
Já o Auxílio Brasil estabeleceu um valor
fixo — primeiro, de R$ 400, depois, de R$ 600.
Assim, uma mãe com quatro filhos passou
a receber o mesmo que um homem solteiro.
Então, muitas pessoas cujas famílias já
eram atendidas fizeram um novo cadastro, como se vivessem sozinhas, para ganhar
outro benefício, segundo auditorias feitas desde o final das eleições de 2022.
Explosão de famílias de uma só pessoa
coincidiu com pagamentos mínimos de R$ 400 e R$ 600.
As maiores altas foram justamente em
dezembro de 2021, quando o governo começou a pagar o mínimo de R$ 400; e em
julho de 2022, mês em que foi aprovada a PEC que ampliou o mínimo de R$ 600.
COMO
ESTÁ SENDO A LIMPA NO CADASTRO
Governo Lula editou regras para rever
cadastros unipessoais.
Em março, iniciou a averiguação.
Em abril, fez o bloqueio temporário de
1,2 milhão de benefícios e exigiu recadastramento.
Já em junho, estabeleceu regras mais
rígidas para os cadastros unipessoais. Parte delas passou a valer em julho.
Municípios devem pesquisar se a pessoa
integrava uma família beneficiada.
Buscas devem ser feitas no próprio
sistema de cadastro do Bolsa Família e em outras bases de dados municipais.
Então, por exemplo, se um homem diz
viver sozinho, é preciso verificar se ele antes estava em uma família que já
recebia o benefício.
Orientação é explicar para o beneficiário
que fraudes prejudicam quem mais precisa.
(Uol)
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