A Polícia Federal (PF) aceitou fechar um acordo de delação premiada com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão porém deve ser discutida pelo
Ministério Público Federal (MPF) e homologada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
As informações são de Andreia Sadi, da Globo News.
Segundo o portal de notícias, o
ex-ajudante de ordens foi “de livre e
espontânea vontade” com o seu advogado, Cezar Bitencourt, para o STF no
final da tarde desta quarta-feira (06/09) a fim de confirmar que fará a delação
premiada.
O encontro foi com um juiz do gabinete do
ministro Alexandre de Moraes.
Uma delação de Mauro Cid pode complicar
ainda mais a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ainda não se sabe quais casos devem ser
priorizados.
Para ter sua colaboração aprovada pela
Justiça, o coronel tem que não só prestar depoimentos, mas também apresentar
provas.
Cid esteve ao lado de Bolsonaro em
entrevistas, lives e reuniões, e foi o braço-direito do então presidente da
República nos quatro anos do governo passado.
O oficial do Exército participou diretamente
do caso das joias desde os primeiros passos, como revelado pelo Estadão.
No final do governo, Cid despachou um
auxiliar para tentar resgatar um kit de joias que a casal Jair e Michelle
Bolsonaro receberam do governo da Arábia Saudita.
As joias tinham sido retidas pela
Receita Federal no aeroporto de Guarulhos.
O ex-ajudante de ordens também
participou da operação para venda de outros objetos de valor que Bolsonaro
recebeu como presente na qualidade de chefe de Estado.
Os itens deveriam ter sido restituídos à
União, mas foram despachados para venda nos Estados Unidos.
No caso das joias apropriadas pelo
ex-presidente e que foram colocadas a venda, Cid deixou rastros em e-mails,
conversas por aplicativos de mensagens e movimentações financeiras que podem
acabar comprometendo o seu ex-chefe.
No dia 28 de agosto, quando o ex-presidente
e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio em um depoimento
prestado na PF, Cid falou com os policiais por mais de 10 horas.
Além do caso
da venda ilegal de joias recebidas por comitivas da Presidência da República,
Cid também é investigado por estar envolvido com o escândalo da invasão do
sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Netto
e a falsificação de cartões de vacina da família de Bolsonaro, motivo esse que
motivou a sua prisão preventiva em maio deste ano.
(Por Estadão)
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