sábado, 23 de setembro de 2023

TSE FORMA MAIORIA E BOLSONARO SEGUE INELEGÍVEL POR OITO ANOS

O Tribunal Superior Eleitoral formou maioria nesta sexta-feira (22/09) e rejeitou o recurso dos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a decisão que o tornou inelegível pelos próximos oito anos.

O capitão da reserva foi condenado pela Justiça Eleitoral por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político.
A ação voltou a ser discutida pela Corte Eleitoral por julgamento virtual.
O julgamento será encerrado às 23h59 da próxima quinta (28).
Os advogados de Bolsonaro tentaram derrubar a condenação do ex-presidente para que ele possa concorrer em futuras eleições.
Porém, a tentativa não foi bem sucedida.
O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, afirmou que não houve cerceamento de defesa no processo e que argumentos tentam minimizar os comportamentos graves do ex-chefe do Executivo federal.
"Divulgou informações falsas sobre fraudes eleitorais inexistentes, supostamente envolvendo grotesca adulteração de votos na urna eletrônica, desencorajou o envio de missões de observação internacional ao argumento de que serviriam para encobrir uma 'farsa' e, por fim, insinuou haver legitimidade das Forças Armadas para impedir o êxito de uma imaginária conspiração do TSE contra sua candidatura, associada, a todo tempo, à eventual vitória do adversário que, já naquela época, estava à frente nas pesquisas", falou o magistrado.
"A responsabilidade pessoal do embargante foi fixada com base nos atos que comprovadamente praticou ao se valer das prerrogativas de Presidente da República e de bens e serviços públicos, em grave violação a deveres funcionais, com o objetivo de esgarçar a confiabilidade do sistema de votação e da própria instituição que tem a atribuição constitucional de organizar eleições. Portanto, o persistente empenho do embargante em tratar a minuta de decreto de estado de defesa como elemento decisivo para a declaração de inelegibilidade não encontra lastro no julgamento", acrescentou.
Na visão de Benedito Gonçalves, a minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, foi levada em conta no julgamento que ocorreu em junho.
"Na hipótese dos autos, comprovou-se que o ex-Ministro da Justiça do governo do embargante tinha em seu poder, sem maior preocupação, uma minuta que propunha, como reação a uma fraude eleitoral inexistente, decretar estado de defesa no âmbito do TSE. Esse fato foi sopesado por cada ministro e ministra que participou do julgamento", encerrou.
Os ministros André Ramos Tavares e Alexandre de Moraes e a ministra Cármen Lúcia concordaram com os argumentos do relator e acompanharam o voto.
(Por iG)

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