O ex-senador de Roraima Telmário Mota
foi preso em Nerópolis (GO), na noite desta segunda-feira (30/10).
Ele é suspeito de ter mandado matar a
mãe da própria filha e era considerado foragido, segundo a polícia.
Ainda nesta segunda-feira, a Polícia
Civil deflagrou uma operação para prender o ex-senador.
No entanto, ele não foi localizado.
De acordo com as investigações, Mota é
suspeito de ter encomendado a morte de Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos.
Ela
foi assassinada com um tiro na cabeça em 29 de setembro, em Boa Vista.
Antônia era uma das principais
testemunhas sobre as investigações que envolviam uma acusação de estupro contra
o ex-senador, segundo a Justiça.
A denúncia do assassinato foi feita pela
filha dele, em 2022.
A mulher foi morta três dias antes de
uma audiência sobre o caso, conforme a Justiça.
OPERAÇÃO
A operação da Polícia Civil para prender
Telmário Mota foi feita durante a manhã de segunda-feira.
A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva
contra o ex-senador.
Apesar de não terem encontrado o
político, os policiais cumpriram outras ordens de busca e apreensão e de prisão
contra pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato de Antônia.
Entre os alvos de mandados de prisão
estava Harrison Nei Correa Mota, conhecido como "Ney Mentira".
Ele é sobrinho do senador e continua
foragido.
Outro alvo da operação foi um dos
executores do assassinato, identificado como Leandro Luz da Conceição.
Ele foi localizado em Caracaraí, no
interior de Roraima, e preso.
A assessora de Telmário, Cleidiane Gomes
da Costa, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
Antes mesmo da prisão do ex-senador ser
confirmada, na noite desta segunda, a polícia já havia informado que suspeitava
que ele estivesse em Brasília.
ASSASSINATO
DE ANTÔNIA ARAÚJO
A audiência sobre a acusação de estupro
da filha de Telmário estava marcada para 2 de outubro.
Segundo a Justiça, Antônia Araújo era
uma "testemunha chave neste processo", sendo que a morte dela
"certamente beneficiaria" o ex-senador.
De acordo com documentos obtidos pela
Rede Amazônica sobre a investigação, a decisão de matar Antônia partiu de uma
reunião na fazenda Caçada Real, onde Telmário Mota deixou o sobrinho Ney
Mentira como responsável pela execução do crime.
A fazenda foi um dos locais alvos de
busca na operação desta segunda-feira.
Investigadores descobriram que a moto
usada pelos assassinos no dia do crime foi comprada pelo sobrinho do
ex-senador.
Segundo a polícia, o veículo foi
adquirido por “4 mil reais” em espécie, estava em nome de outra pessoa e com
documentação irregular.
O relatório cita que, após a compra da
moto, o sobrinho de Mota entregou o veículo para a assessora do ex-senador.
As investigações apontam que ela deveria
levar a moto para reparos em uma oficina.
Ainda conforme o documento, o sobrinho
do senador "pediu para a assessora entregar a moto para os autores do
crime em um local indicado".
A assessora do ex-senador foi vista indo
entregar a moto aos assassinos um dia antes do crime.
A Polícia Civil tem uma imagem dela
pilotando a moto.
Segundo a polícia, a assessora Cleidiane
Gomes da Costa trabalhava com Telmário a cerca de 20 anos e era considerada
pessoa de confiança do ex-senador.
As investigações apontam ainda que a
assessora monitorava Antônia e repassava as informações sobre a rotina da
vítima para Telmário.
QUEM
É TELMÁRIO MOTA
O ex-senador Telmário Mota tem 65 anos.
Formado em economia e contabilidade,
Mota começou a carreira política em 2007 na Câmara Municipal de Boa Vista.
À época, ele assumiu uma vaga de
vereador por ter ficado como primeiro suplente na eleição municipal de 2004.
Ele foi eleito ao Senado em 2014.
Durante as eleições daquele ano, fez
fortes críticas a Romero Jucá (MDB), quem dizia ser seu rival político.
Já nas eleições de 2018, ele foi
candidato ao governo de Roraima pelo PTB, mas não se elegeu.
Durante a campanha, o então candidato se
autopromovia como "doido" e pedia para que os eleitores o dessem uma
chance por isso.
O político roraimense também é conhecido
por se envolver em polêmicas, como: teoria falsa sobre planeta Nibiru, rinha de
galo, realização de festas durante a pandemia da Covid-19 e outros casos.
(g1 RO)
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