O Quilombo Pedra D’água, em Ingá, no agreste, comemorou nesta segunda-feira (20/11) o Dia da Consciência Negra.
O evento contou com a participação de
professores das Universidades Estadual da Paraíba (UEPB) e da Federal de
Campina Grande (UFCG), além de Escolas da cidade sede e de Mogeiro, pessoas
ligadas aos fundadores do quilombo também se fizeram presentes e falaram sobre
a fundação e a ligação com a Revolução Quebra Quilos.
O professor da UFCG, doutor Luciano
Mendonça de Lima, ministrou palestra no evento com o tema O Olhar Acadêmico: Formação e Resistência
do Quebra Quilos ao Pedra D'água, por sua vez, a professora doutora
Cristiane Nepomuceno falou sobre as políticas públicas voltas para a educação
do povo quilombola a partir do Estatuto da Igualdade Racial.
Em sua fala, o professor Luciano
Mendonça disse que as comunidades quilombolas se estabeleceram no Brasil para
oferecer resistência à opressão e a exploração dos portugueses no final do
século XIX.
Doutor Mendonça, destacou que é de
grande importância a universidade sair das quatro paredes para interagir com o
povo, em todas as áreas do conhecimento, das ciências exatas até as ciências
sociais, para que através dessa interação se busque alternativas por direitos e
melhores condições de vida em termos de propriedade da terra e de serviços e
políticas públicas para esse povo invisível e esquecido.
A segunda palestrante do evento, a
professora doutora Cristiane Nepomuceno (UEPB), enfatizou em sua fala a
importância da universidade dialogar com as comunidades quilombolas, mostrando
a elas que é necessário se organizar e cobrar direitos que lhes são negados,
Cristiane Nepomuceno, disse ainda, que a população brasileira já é segundo o
último censo (2022), majoritariamente preta e parda, representando 56% dos
brasileiros.
A professora através de números, mostrou
que historicamente o Brasil vem negando a essa grande parte da população,
direitos básicos, como o acesso à terra, à moradia e a saúde e educação, sem
contar que são colocadas em locais periféricos, fazendo com que vivam em constante
vulnerabilidade social.
João Tavares Neto, organizador do
evento, comentou que enquanto professor e militante saiu com a sensação de
dever cumprido neste dia da Consciência Negra, pois, a discussão feita e realizada
é uma marca para que, sobretudo as novas gerações tenham conhecimento,
pertencimento e orgulho das suas origens.
“A capacidade de resistência e luta desse
povo marginalizado vai se dando e ficando cada vez mais forte porque aos poucos
ele vai se apercebendo a exclusão que o Estado brasileiro impõe a ele, no
entanto, isso não é motivo para desistência e sim, para organização em busca de
condições dignas de sobrevivência, assim tem sido a luta dos quilombos”,
pontuou Tavares Neto.
(Por Assessoria)
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