Amanda Partata, presa sob suspeita de ter envenenado e matado o ex-sogro Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86 anos, teria cometido o crime por se sentir rejeitada pelo ex-namorado.
Essa é a conclusão do delegado Carlos
Alfama, responsável pelo caso.
Segundo o investigador, ela fingia
estar grávida e mantinha uma relação próxima à família do ex, com quem teve um
relacionamento de pouco mais de um mês.
Amanda estava presente no café da manhã
no dia em que Leonardo e Luzia passaram mal.
Foi ela, inclusive, quem levou os itens do
café para a casa da família.
"Na casa das vítimas, elas ingerem
os alimentos, e ainda permanecem ali por cerca de 3 horas. Assim que ela sai,
ela recebe um áudio no Whatsapp, era já do Leonardo passando muito mal. Ele
reclamava de fortes dores estomacais, vômito, diarreia, e dizendo assim: 'Olha,
você que está grávida, vai para o hospital, porque eu estou passando muito mal,
minha mãe está passando muito mal também'", disse o delegado,
mostrando que o ex-sogro estava preocupado com Amanda.
Ela, porém, continuou seguindo rumo à
sua cidade natal, Itumbiara, no interior de Goiás.
Amanda só foi procurar atendimento
médico por volta de meia-noite, depois de saber que Leonardo havia morrido.
Segundo a Polícia Civil, Amanda passou a
ser a principal suspeita quando foi descoberto que o filho de Leonardo, seu
ex-namorado, estaria recebendo ameaças de perfis fakes e através de ligações e
mensagens de texto.
Ela usava um programa que
"mascarava" o número original de onde estava sendo feita a chamada.
"'Não adianta chorar em cima do
sangue deles'. Essa foi uma mensagem da Amanda para o filho da vítima, do
Leonardo", disse Alfama.
O
PERFIL DA SUSPEITA
Amanda tem uma extensa ficha criminal,
segundo a Polícia Civil. Há registros criminais sobre ela em Goiás, estado onde
aconteceu o envenenamento, além de Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco.
Em Goiás, há uma denúncia de que ela
teria atuado como estagiária de psicologia em uma escola, aliciando crianças de
10 a 16 anos à prática de condutas sexuais e consumo de bebidas alcoólicas.
No entanto, os investigadores esclarecem
que Amanda não seria nem psicológa, como se apresenta nas redes sociais.
De acordo com o Conselho Regional de
Psicologia de Goiás (CRP-GO), não há registro profissional ativo para ela no
banco de dados do Conselho.
"É uma pessoa que mostrou uma
personalidade extremamente voltada ao crime. Então, são condutas criminosas,
complexas", considerou o delegado.
Amanda também estaria sendo investigada
por estelionato, mas, com relação a outros casos de envenenamento, a polícia
informou que não há registros similares.
Amanda é formada em Direito na
Universidade Luterana do Brasil e tem registro junto à Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB).
RELEMBRE
O CASO...
Após Leonardo e a mãe passarem mal
surgiram especulações de que eles teriam sido intoxicados por comerem em uma
famosa doceria de Goiânia, a Perdomo Doces.
As investigações, no entanto,
descartaram tal possibilidade posteriormente.
Mãe e filho morreram com horas de
diferença.
Leonardo Pereira Alves foi o primeiro a
morrer.
Em uma publicação em uma rede social,
sua filha, Maria Paula Alves, lamentou a morte e deu detalhes sobre como tudo
ocorreu.
Segundo ela, o pai acordou, "comeu um alimento comprado em um
estabelecimento famoso, mas acabou passando mal."
"Vomitou sem parar, por horas,
buscou atendimento médico e, quando eu soube da situação, já havia ocorrido uma
série de complicações que acabaram levando a óbito. Entre o primeiro sintoma
até seu último suspiro não teve nem 12 horas", continuou Maria
Paula.
Na mensagem, ela frisou que não queria
apontar culpados, nem procurar motivos para a morte precoce do pai.
"O texto é sobre o senhor ter sido
– e ainda ser – o maior exemplo de homem/pai que eu encontrei",
escreveu na publicação feita na noite de domingo, 17.
Horas depois, Maria Paula informou que a
sua avó também não resistiu e morreu na madrugada da segunda-feira, 18: "Ontem
minha vovó passou mal junto com meu pai, foi internada no mesmo momento, mesma
UTI, aguentou mais tempo, mas hoje de madrugada foi acompanhar o meu papai no
céu."
Leonardo era assistente de gestão
administrativa na Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos
Automotores.
A Polícia Civil de Goiás publicou uma
nota em que lamenta a morte do servidor.
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