(Isabele Guimarães morreu aos 14 anos, em 12 de julho)
A estudante que atirou e matou a amiga Isabele Ramos Guimarães, em 2020, foi expulsa do curso de Medicina na Faculdade São Leopoldo Mandic, localizada em Campinas, no interior de São Paulo, após uma mobilização de pais e alunos.
Hoje com 18 anos, ela tinha 14, assim
como a amiga, na época dos fatos, que se passaram em um condomínio de luxo de
Cuiabá.
O desconforto entre os pais começou
depois que uma aluna descobriu a identidade da caloura e espalhou pela
faculdade que ela havia sido condenada.
A partir de então, a jovem passou a ser
rejeitada pelas colegas de classe, e a mobilização para que ela fosse expulsa
começou.
A faculdade abriu uma sindicância depois
de receber uma denúncia sobre a jovem.
Em nota, a instituição disse que foi
"constatado que a presença da aluna gerou um clima interno de grande
instabilidade no ambiente acadêmico".
Por esse motivo, teria preferido
desligar a estudante.
Ainda cabe a ela entrar com um recurso
da decisão.
A instituição também vai restituir os
valores pagos da mensalidade, que custa em torno de “13 mil reais” para o
curso de Medicina.
RELEMBRE
O CASO
O crime aconteceu no dia 12 de junho de
2020.
Era um domingo, e a adolescente teria
convidado Isabele para fazer uma torta em sua casa.
As duas tinham 14 anos e eram vizinhas
no residencial Alphaville I, em Cuiabá.
Na mesma tarde, o namorado da
adolescente, então com 16 anos, chegou à mansão levando uma pistola de
fabricação italiana Tanfoglio, calibre 38, cor preta e sem munição.
A família dela praticava tiros,
inclusive ela mesma, que já tinha vencido várias competições do tipo ainda
adolescente.
Segundo o processo, a pistola foi levada
naquela data porque o pai dela, um empresário de sucesso, estaria interessado
em comprá-la.
Havia ainda mais uma arma na casa: uma pistola Imbel prata
calibre 38, também sem balas.
Ainda de acordo com o processo, o
empresário pediu para que a filha levasse as duas armas para o segundo
pavimento, onde deveriam ser guardadas em um armário.
Antes, porém, o namorado teria municiado
a pistola Imbel.
Segundo os autos, quando subiu com a
arma, a estudante disse ter se deparado com Isabele fumando um cigarro
eletrônica escondida.
Ela contou ter levado um susto com a presença da amiga na
porta do banheiro e acabou disparando a arma "sem querer".
A estudante foi condenada a três anos de
medidas socioeducativas, inicialmente condenada por ato infracional análago a
homicídio doloso.
Ela passou cerca de 18 meses reclusa em
uma unidade para menores infratores.
Em junho de 2022, porém, após recurso
apresentado pelos pais, a tipificação foi alterada para ato análogo a homicídio
culposo, quando não há o intuito da morte, o que permitiu que ela ganhasse
liberdade.
(www.terra.com.br)
Foto: Arquivo pessoal / BBC News Brasil
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