O ex-jogador da seleção brasileira Daniel Alves deixou a prisão em Barcelona, na Espanha, nesta segunda-feira (25/03), após pagamento de fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões).
Ela diz que o jogador a agrediu, a trancou em um banheiro
e a estuprou.
Ela alertou os donos da boate e foi
encaminhada para um hospital que é centro de referência para vítimas de
agressão sexual.
Dois dias depois da festa na boate, a
denúncia foi registrada.
Em uma entrevista a um canal espanhol,
dias antes de ser detido, Daniel Alves comentou a denúncia.
"Eu estive nesse lugar, e quem me
conhece sabe que eu adoro dançar, mas sem invadir o espaço de ninguém,
respeitando os espaços. E quando você vai ao banheiro não tem que perguntar
quem está lá para usar o banheiro. Não sei quem é essa senhorita, nunca a vi.
Nestes anos todos nunca invadi o espaço de ninguém sem autorização",
disse ele ao programa Y ahora Sonsoles da TV espanhola Antena 3.
Desde esse primeiro comentário, no
entanto, Daniel Alves mudou sua versão sobre a noite algumas vezes.
Ele deu cinco versões diferentes — desde
que não conhecia a jovem em questão, até que as relações sexuais tinham existido
mas de forma consentida.
COMO
RESPOSTA AO CASO DANIEL ALVES INSPIROU LEI NO BRASIL
No caso Daniel Alves, especialistas
apontam que a boate onde ocorreu o caso de violência sexual seguiu um protocolo
chamado No Callem (Não se calem, em tradução livre), criado em 2018 em
Barcelona para combater assédio ou violência sexual.
A mulher de 23 anos que afirmou ter sido
estuprada por Daniel Alves na madrugada de 31 de dezembro de 2022 foi vista
chorando por um segurança do local, que a levou para uma sala reservada e
aplicou as regras de atendimento, segundo relatos.
A polícia foi chamada e coletou provas.
A vítima foi levada para o hospital — e
foi destacada a rapidez do exame de corpo de delito.
Daniel Alves foi preso preventivamente
menos de um mês depois.
Essa resposta da equipe da boate e do
poder público inspirou a aprovação de uma lei, no Brasil, que prevê a aplicação
do protocolo "Não é Não".
A lei brasileira determina regras que
estabelecimentos como bares e casas de show devem seguir para prevenir
violência contra a mulher e proteger vítimas — inclui treinamento de funcionários
e acionamento da polícia.
A lei foi sancionada no fim de dezembro
e entra em vigor 180 dias depois — ou seja, estará valendo no segundo semestre
de 2024.
Especialistas ouvidas pela BBC News
Brasil concordam que o caso Daniel Alves estimulou diferentes iniciativas no
Brasil — um "divisor de águas", nas palavras da promotora do
Ministério Público de São Paulo Fabíola Sucasas.
Apontam, no entanto, que a
conscientização sobre violência sexual e a demanda por mudança de cultura e de
comportamento já vinha acontecendo no país
(www.terra.com.br)
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