A mulher de 34 anos que foi morta pelo ex-marido na frente dos filhos, impediu que o suspeito cometesse suicídio dias antes de ser atacada a facadas por ele, em Toledo, no Paraná.
De acordo com o boletim de ocorrência,
Gabrielle de Lima Rodrigues cortou o cadarço que Gilvan Francisco Rech usaria
para tirar sua vida.
Ao Terra, o delegado Alexandre Macorin
relatou que a Justiça já havia determinado uma medida protetiva contra o autor
do crime e que não era a primeira vez que a vítima solicitava proteção.
"Em 2019, eles tiveram uma
desavença e, nessa ocasião, ela solicitou uma medida protetiva. Foi concedida,
mas logo na sequência, ela optou pela retirada porque eles voltaram a morar
juntos",
esclarece.
O casal estava junto há 11 anos, e as
discussões eram recorrentes, conforme a professora informou à polícia quando
solicitou uma nova medida protetiva no início deste mês de março.
Gabrielle afirmou que o marido não era
presente e levava uma "vida de solteiro", na qual saía aos finais de
semana e voltava tarde para a casa.
O homem também bebia muito.
Em algumas ocasiões, Gilvan a chamava de
"vagabunda" e "filha da puta", e a acusava de traí-lo.
Eles se separaram e, na noite do último
dia 5, tiveram uma discussão, porque ela disse que queria ir dormir na casa da
mãe.
Nesse momento, o suspeito pegou um cadarço para tirar sua vida, mas
Gabrielle o cortou para impedir o fato.
No mesmo dia, o homem pegou o celular
dela e uma faca na cozinha, dizendo: "Vem aqui, vamos resolver isso".
Ela ainda disse que temia por sua
integridade física e tinha muito medo do ex.
Dias depois, na última segunda-feira,
18, a professora foi morta a facadas na frente dos filhos – um menino de 11
anos e uma menina de 4 anos.
Além dela, o pai, identificado como
Vicente José Rodrigues, de 61 anos, também foi assassinado.
A Polícia Civil acredita que o crime foi
premeditado.
"Ele alegou que não tinha a
intenção de matar. Eles tinham brigado, estavam separados, e que ele tinha
matado um porco, por isso estava com aquela faca, e foi lá para conversar. Ele
estava proibido de ir até lá, mas pela hora que ele apareceu lá e por estar com
uma faca, acredito que ele premeditou mesmo. Até por conta das ameaças
anteriores, que ele falava que ia matá-la com uma faca", explica Macorin.
O
CRIME
Segundo o boletim de ocorrência da
Polícia Militar do Paraná, um vizinho foi quem acionou os agentes militares,
pouco depois das 22h30.
Ele ouvia uma criança pedindo socorro
desesperadamente, dizendo que o pai estava batendo na mãe e que iria matá-la.
O morador relatou aos policiais que
quando entrou na casa, viu no chão o corpo do pai de Gabrielle, enquanto o
suspeito esfaqueava a mulher.
O homem disse que segurou no braço do
suspeito, para tentar impedi-lo, mas ele teria corrido.
Ainda de acordo com o registro da PM, o
vizinho então pegou as crianças que estavam na casa e levou até a sua
residência e chamou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU).
Ao chegarem no local, os policiais
encontraram os corpos no chão e ouviram gemidos vindos do fundo da casa.
A equipe entrou no local e viu o
suspeito com uma faca cravada no peito.
"Ao verbalizar com o mesmo, ele
tirou a faca do peito e jogou ao solo, sendo recolhida pela equipe policial com
segurança", diz o registro policial.
Gilvan foi encaminhado para o
atendimento médico e, em seguida, preso em flagrante.
Segundo o delegado, o Conselho Tutelar
foi acionado e os filhos de Gabrielle foram entregues à mãe dela.
O caso segue em investigação.
A Polícia Civil aguarda laudos
complementares que auxiliarão na conclusão do inquérito policial, e as oitivas
de testemunhas.
(www.terra.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.