A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (09/04) a recriação do seguro para vítimas de acidente de trânsito, conhecido como DPVAT.
Foi incluído no projeto um artigo
estranho ao tema, chamado de "jabuti" no jargão legislativo.
Esse trecho permite a antecipação da
análise de receitas do governo federal do segundo para o primeiro bimestre
deste ano.
Na parte relacionada ao DPVAT, um dos
pontos é que o seguro passará a se chamar Seguro Obrigatório para Proteção de
Vítimas de Acidente de Trânsito (SPVAT).
O SPVAT funcionará como um seguro
obrigatório para indenizações de danos causados por veículos ou por suas
cargas. Deve ser pago por todos os donos de veículos.
A cobrança do DPVAT foi extinta durante
o governo do presidente Jair Bolsonaro.
A última vez que os donos de veículos
pagaram o DPVAT foi em 2020.
Desde 2021, a gestão do saldo passou da
seguradora Líder para a Caixa Econômica Federal.
No início deste ano, entretanto, o
governo anunciou que os recursos estavam acabando.
Com isso, enviou um projeto de lei
complementar ao Congresso para recriar o seguro.
Entre as justificativas, o governo
afirmou que "decorridos
praticamente três anos de funcionamento do seguro obrigatório em regime
emergencial e transitório, faz-se necessário estabelecer novas bases legais
para assegurar de forma perene e sustentável e adequada para as vítimas de
trânsito".
VALORES
E REGRAS
O principal ponto de interesse dos
motoristas ainda não foi definido: o valor a ser cobrado pelo seguro será
estabelecido após a aprovação do projeto pelo Congresso.
O texto ainda será analisado pelo
Senado.
A cobertura do novo seguro vai gerar
indenização por morte, invalidez permanente, total ou parcial, e reembolso de
despesas com assistências médicas, serviços funerários e reabilitação
profissional das vítimas que possa ter desenvolvido invalidez parcial.
Os valores das indenizações serão
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Seguros Privados.
O fundo seguirá sendo gerido pela Caixa.
O seguro será pago para todos que
apresentarem prova do acidente e dos danos que ele causou, não importando se
foi causado com ou sem intenção.
O projeto também traz uma mudança ao
passar a destinar entre 35% e 40% do valor arrecadado pelo fundo aos municípios
e estados onde houver serviço municipal ou metropolitano de transporte público
coletivo.
AVALIAÇÃO
DE AMPLIAÇÃO DE RECEITAS
Com o “jabuti” aprovado junto com a
texto do DPVAT, o governo conseguirá antecipar a execução de gastos extras ao
Orçamento.
Pelas regras do arcabouço fiscal,
aprovado no ano passado, o governo só poderá fazer essas despesas extras caso
seja verificado um aumento de receitas - em relação ao inicialmente previsto
nas contas do ano - no relatório de avaliação do Orçamento relativo ao segundo
bimestre.
Esse relatório será divulgado em 22 de
maio.
(Do g1)
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