A Justiça da Paraíba determinou o fim do processo contra o perito criminal Robson Félix, investigado por matar atropelado o motoboy Orlando Pereira em dezembro de 2023.
O perito fez um acordo com o Ministério
Público da Paraíba (MPPB), em audiência que aconteceu na segunda-feira (29/04),
e não vai responder pelo crime, mas terá que pagar uma indenização para a família
da vítima.
De acordo com informações apuradas pela
CBN João Pessoa, o perito deve pagar uma indenização estabelecida para a
família da vítima, de dois salários mínimos pelos próximos 10 meses.
O caso também não deve constar nos seus
antecedentes criminais.
A defesa do perito afirmou que, após
avaliar o apurado na investigação da Polícia Civil, o MPPB propôs um acordo de
não persecução penal, considerando que o acusado nunca respondeu a outro
processo antes.
Outra motivação seria que o processo
envolve uma imputação de crime com pena menor de quatro anos.
“Se firmou entre as partes um acordo prevendo
uma reparação mínima dos danos à vítima, mas para efeitos criminais, a lei
garante que isso evite uma ação penal, uma forma de uma antecipação de
determinados valores à vítima como uma reparação mais imediata”,
afirmou o advogado Diego Cazé, que atuou na defesa do perito.
A viúva do motoboy, Marilene Pessoa,
comentou a decisão e disse que sente que a justiça não está sendo feita.
“O sentimento que eu tenho é de revolta,
porque eu acho que a justiça não está sendo feita, como deve ser feita pelo
crime que ele cometeu. Como é que uma pessoa comete um crime e não é julgado,
não é preso, não é nada? Seis, sete meses. Eu não sei nem explicar a dor. A dor
é gigantesca, entendeu? As crianças sofrem muito, elas sentem muita falta dele.
Elas me perguntam como são pequenas, elas acham que ele vai voltar, entendeu?
Só que ele não vai voltar”, afirmou.
O
CASO...
No dia 17 de dezembro de 2023, pouco
antes da meia-noite, Orlando pilotava a sua moto pela Avenida Esperança, em
Manaíra, e realizava uma entrega em seu trabalho diário quando foi atingido por
um carro em alta velocidade, que transitava na contramão e cruzou a avenida sem
respeitar a preferencial.
Testemunhas informaram ainda que o
motorista não prestou socorro e deixou o local sem oferecer ajuda.
Foram outras pessoas que estavam por
perto que acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de João Pessoa
(Samu-JP).
O motoboy morreu nas primeiras horas da
madrugada do dia 19 de dezembro no Hospital de Emergência e Trauma de João
Pessoa, dois dias depois de sofrer um grave acidente no bairro de Manaíra.
O acidente foi filmado por uma câmera
instalada em um carro particular que também transitava pela Esperança.
O
motoboy ultrapassou esse carro pouco antes do acidente, de forma que toda a batida
foi registrada em vídeo.
Ao se apresentar à polícia, Robson
alegou que dirigia em alta velocidade e na contramão por causa de uma tentativa
de assalto sofrida minutos antes.
A família de Orlando Leal contesta essa
versão.
Sobre ter deixado o local do acidente, a
defesa do perito criminal disse que ele ficou com medo de represálias da
população e por isso não ficou para ajudar a vítima.
(Por Palavra PB - palavrapb.com.br)
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