O deputado Hugo Motta (Republicanos) solicitou urgência para a apreciação de um projeto (40/24), de sua autoria, que, dentre outras mudanças, autoriza bancos a usarem automaticamente o saldo de clientes em caso de não pagamento de dívidas de empréstimos, após 30 dias do vencimento.
Conforme o projeto, o banco onde o
correntista fez o empréstimo poderá cobrar eventuais atrasos de parcelas de
crédito salário em atraso de outros bancos em que o cliente tiver conta.
Assim, um correntista com saldo em conta
de banco diferente daquele onde solicitou o empréstimo poderá ter o valor
debitado para saldar a dívida com esta instituição.
Essa possibilidade aplica-se a dívidas
sem garantias de pessoas físicas, incluindo empresários individuais, e de micro
e pequenas empresas; e o processo de débito automático só pode ser ativado com
a autorização expressa do devedor, detalhada em cada contrato de empréstimo.
Caso o cliente fique sem pagar por mais
de 90 dias, o devedor poderá ter seus bens penhorados e ficará em cadastro
nacional de inadimplentes.
USO
DO FGTS
O projeto estabelece ainda que, em caso
do saldo estar zerado, o banco poderá solicitar a transferência do FGTS para
cobrir o débito.
Além disso, 10% do FGTS também poderá
ser usado como garantia para limite do crédito de empréstimo consignado.
O valor usado como garantia será
bloqueado e permanecerá inacessível enquanto o crédito estiver ativo.
Em caso
de não pagamento da dívida, o banco poderá solicitar a transferência do FGTS
para cobrir o saldo devedor.
JUSTIFICATIVA
DO DEPUTADO
Ao apresentar o projeto, Hugo Motta
justificou que o objetivo é promover uma maior competição entre as instituições
financeiras no Brasil e facilitar o acesso ao crédito para pessoas físicas.
"A criação dessa nova modalidade
de crédito, menos burocrática, corrige distorções e visa alcançar esse
trabalhador que não consegue se beneficiar do crédito consignado",
disse.
O compartilhamento de informações entre
as instituições financeiras e de pagamentos é, para Motta, crucial para garantir
a transparência e a eficácia desse modelo de crédito.
A proposta será analisada pelas
comissões de Trabalho; de Defesa do Consumidor; de Finanças e Tributação; e de
Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso aprovada, seguirá para o Plenário.
(Coluna Conversa Política do Jornal da
Paraíba)
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