O miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão,
de 33 anos, o Pipito, apontado como chefe da maior milícia do Rio e
braço-direito de Zinho, foi baleado e morreu na noite desta sexta-feira (07/06).
Na troca de tiros com policiais, dois
seguranças dele também foram baleados e hospitalizados.
A operação foi realizada pela Delegacia
de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e pela Subsecretaria de
Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil na Favela do Rodo, em Santa Cruz, na
Zona Oeste do Rio.
O miliciano e seguranças estavam em uma
casa e reagiram à prisão, segundo a polícia.
Houve troca de tiros e os três foram
baleados.
Nenhum policial ficou ferido.
A polícia afirmou que Pipito foi
socorrido e levado para o Hospital Municipal Rocha Faria.
Segundo a unidade de saúde, o miliciano
já chegou lá morto.
Um vídeo obtido pelo g1 mostra o momento em que uma pick-up
da polícia chega ao hospital com os três baleados na caçamba.
Nas imagens, os dois seguranças saem
acordados – um deles caminhando e outro do maca – e são levados algemados para
serem atendidos.
Pipito aparece desacordado, sem algemas,
e é colocado pelos policiais na maca, sem esboçar qualquer reação e com vários
ferimentos – um deles pouco abaixo do peito.
ÔNIBUS
QUEIMADOS
Em reação à morte do miliciano, três
ônibus foram sequestrados e utilizados como barricadas na Avenida Antares, em
Santa Cruz, segundo informações da Rio Ônibus.
Um deles foi queimado.
O tipo de reação lembra, em menor
escala, à que ocorreu em outubro, quando morreu o sobrinho de Zinho.
Na ocasião, foram queimados 35 ônibus, e
Pipito era tido como o mentor das cenas de terror, que chocaram o Rio de
Janeiro.
MORTES
E ALIANÇAS APÓS PRISÃO DE ZINHO
Desde a prisão de Zinho, na véspera de
natal do ano passado, Pipito se tornou uma das principais figuras da
organização criminosa.
Ele era apontado como sucessor do chefe
da maior milícia do Rio.
A facção se tornou alvo de disputas
internas e até de ataques de facções rivais.
O resultado foi enfraquecimento e
regionalização do grupo, segundo delegados ouvidos pelo g1.
Pipito dividia com Paulo Roberto
Carvalho Martins, o PL, o espólio de Zinho após sua prisão.
O fortalecimento de Pipito, no entanto,
acarretou em mortes dentro do próprio grupo.
Pipito era o principal suspeito de estar
por trás da execução do também miliciano Sérgio Rodrigues da Costa Silva,
conhecido como Sérgio Bomba, que foi assassinado em um quiosque no Recreio dos
Bandeirantes.
Câmeras de segurança registraram o
crime.
Sérgio estava unido à milícia de Zinho,
mas de acordo com as investigações, pretendia formar seu próprio grupo em
Sepetiba após a prisão do antigo chefe.
Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit,
foi morto em Paciência, quando levava o filho para comprar presente de
aniversário.
A criança também morreu.
Pit era responsável pelas finanças do
grupo.
Perto do corpo de Pit, a polícia
encontrou mais um homem morto: Leonel Patrício de Moura.
Ele teria sido usado pelos assassinos
para chegar até Pit.
Um dos suspeitos por matar o Pit está
desaparecido.
Jairo Batista Freire, conhecido como
Caveira, foi morto, de acordo com informações recebidas pela polícia.
No entanto, quando os policiais foram
até o local, o corpo não estava lá.
GOVERNO
CELEBRA AÇÃO
Em nota, o governador Cláudio Castro
classificou a ação da polícia que terminou com a morte de Pipito como
"duro golpe" contra o crime e afirmou que os criminosos atacaram os
agentes.
"Nossa Polícia Civil deu mais um
duro golpe contra criminosos que atentam contra a paz da população (...) No
momento da prisão, o criminoso atacou os agentes. Houve confronto e ele foi
baleado. O recado está dado: vamos continuar combatendo o crime de maneira
implacável, seja milícia, tráfico ou qualquer grupo mafioso",
disse Castro.
O secretário de Polícia Civil, delegado
Marcus Amim, afirmou que a ação foi "mais uma demonstração de que quem manda no
Rio de Janeiro é o Estado".
(g1 RJ)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.