quinta-feira, 4 de julho de 2024

UM ANO DO DESAPARECIMENTO (E MORTE) DE ANA SOPHIA: O CORPO NÃO APARECEU

Hoje, 04 de julho, faz um ano do desaparecimento da menina Ana Sophia que tinha oito anos de idade.
Ela desapareceu quando saiu de casa para brincar com uma amiga, no distrito de Roma, município de Bananeiras, no Brejo, onde morava.

No dia 04 de maio deste ano a Polícia Civil foi enfática na conclusão oficial do inquérito sobre o caso: “Tiago Fontes Silva da Rocha matou Ana Sophia e ocultou seu corpo”.
Dois meses depois ele cometeu suicídio por enforcamento.
Tiago Fontes Silva Rocha era porteiro da escola onde ela estudava e marido da vice-diretora do estabelecimento.
O documento contendo todo o enredo da investigação foi encaminhado hoje à justiça.
As investigações foram pautadas em análises técnicas de vestígios digitais, realizadas pela Unintelpol/PCPB; perícias técnico-científicas feitas pelo Instituto de Polícia Científica da Polícia Civil; provas testemunhais, análise de imagens de câmeras de vigilância realizada pelos investigadores e outras diligências realizadas pelas equipes do Núcleo de Homicídios da 21ª Delegacia Seccional (sede em Solânea) e equipes de reforço.
Ou seja, uma grande força-tarefa designada pela Delegacia-Geral da Polícia Civil para apurar o caso desde o dia do desaparecimento da menina.
Com base nas investigações, a Polícia Civil comprova que TIAGO FONTES, meses antes do acontecimento criminoso, já planejava detalhes da execução do homicídio.
Provas técnicas comprovam que quatro meses antes da morte de SOPHIA, TIAGO já pesquisava informações detalhadas sobre “partes íntimas” de meninas e “mortes por esganadura” de crianças com a mesma idade de Ana Sophia.
Ademais, após o desaparecimento da criança, o assassino passou a pesquisar métodos para ocultar o cadáver da criança, utilizando termos de pesquisa em site de busca na rede mundial de computadores da seguinte forma: “como descartar cadáver de forma permanente” e “fases de decomposição cadavérica”.
Tiago detinha razoável conhecimento tecnológico, conforme constataram as análises da Unintelpol/PCPB.
Ele possuía várias contas de e-mails e formatava com frequência seu aparelho celular.
Nas redes sociais, Tiago costumava acessar perfis de meninas na mesma faixa etária de Ana Sophia.
A rotina de Tiago foi amplamente investigada pelas equipes envolvidas no caso.
Exatamente no dia do crime, ele – além de mudar a rota que fazia sempre de casa para o trabalho –, demorou duas horas a mais para seu retorno.
Ana Sophia desapareceu no dia 04 de julho de 2023, quando saiu de casa para brincar com uma amiga, no distrito de Roma, município de Bananeiras, onde morava.
A última vez que ela foi vista foi exatamente entrando na casa de Tiago Fontes, fato registrado por câmeras de segurança da rua.
Com base em todas as fortes evidências colhidas pela investigação, a Polícia Civil pediu a prisão de Tiago Fontes.
Ele, no entanto, fugiu de casa e preferiu não se apresentar à delegacia.
No dia 11 de setembro de 2023, Tiago Fontes foi encontrado morto, em cenário de suicídio por enforcamento, na zona rural de Bananeiras.
A identificação do corpo foi ratificada pela perícia.
EM NOVEMBRO DO ANO PASSADO
O delegado Aldrovilli Grisi, em entrevista coletiva na capital, fez um resumo cronológico das investigações e apresentou novas descobertas realizadas pelos investigadores acerca do caso.
De acordo com o delegado, Tiago Fontes fez uma ampla pesquisa na internet sobre temas como “decomposição do corpo após morte”, “estágios de decomposição” e até sobre “em quanto tempo um fio de cabelo perde a capacidade de preservação do DNA”.
Além disso, pesquisou também a respeito de casos de crianças desaparecidas, mortas e violentadas em outros estados. No dia 06 de julho, dois dias após o desaparecimento de Ana Sophia, ele pesquisou sobre o caso da criança Júlia Brandão, que foi encontrada morta dentro de um poço, na Praia do Sol, em João Pessoa”, disse o delegado.
Ele pesquisou até sobre minha vida pessoal nas redes sociais e também as investigações em que eu atuei, em especial o caso Fernanda Ellen”, acrescentou Aldrovilli.
 Não foi uma investigação fácil, o Tiago foi extremamente detalhista. Mas a Polícia Civil não cessou um minuto sequer os trabalhos investigativos, chegando à elucidação do crime e conclusão do Inquérito”, declarou.

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