segunda-feira, 30 de setembro de 2024

“54 REAIS”: JOVEM FOI MORTA POR SE RECUSAR A MANTER RELAÇÕES SEXUAIS

A 11ªDelegacia Seccional de Polícia Civil em Queimadas desvendou mais um crime de feminicídio.
A vítima foi a jovem Milena Silva, de 23 anos, assassinada com um tiro de revólver na cabeça na tarde da última quarta (25/09) numa casa no Centro de Fagundes, no Agreste.

A PC prendeu o mandante, apreendeu a irmã do mandante (uma adolescente de 14 anos) e com apoio da 3ªCIPM, prendeu o autor do tiro que matou Milena.
A jovem se recusou a ter relações sexuais com o “mandante” após ele ter pagado “54 reais” a vítima, conforme as investigações.
Essa recusa, ocorrida na terça (24) motivou o crime que ainda contou com a participação de um comparsa do autor do disparo e um presidiário.
O executor de Milena foi preso nesta segunda (30).
Ele foi identificado como “Carlinhos”.
ENTENDA TODA A TRAMA
O que disse a delegada seccional Suelane Guimarães...
Nós fomos acionados para o local, poucos minutos depois que aconteceu o fato, e tomamos posse do celular da vítima e de algumas câmaras de segurança da localidade.
E aí, com esses dois mecanismos, esses dois objetos, nós conseguimos entender realmente toda a trama criminosa em que no celular da vítima constavam mensagens ameaçadoras de uma pessoa que teria pago a ela o valor de ‘54 reais’ para que mantivesse relação sexual com ela.
E ele entregou esse valor a ela e ela disse que naquele dia que não tinha interesse, que não ia praticar sexo com ele e que não era obrigado àquilo.
E a pessoa ficou dizendo que então ela devolvesse (o dinheiro).
E ela não devolveu ele e disse, ‘você vai ver o que é receber um tiro na cara’.
A ameaçou de morte isso ainda na terça-feira.
E aí a gente pegou essas mensagens, identificamos quem era a pessoa, então fomos em busca e conseguimos efetuar a prisão”.
O preso Emerson...
O preso foi identificado como “Emerson”, de 23 anos de idade.
Ele é o autor intelectual do crime, o dono dos “54 reais”.
Então ele foi preso, ele realmente é o mentor intelectual porque após isso, ele falou com a irmã, que é uma adolescente em infratora (que é uma pessoa já envolvida, e que gosta da criminalidade e tinha por amizades os criminosos ali da cidade de Fagundes).
Os dois então combinaram para falar com a terceira pessoa (que foi o executor) e solicitar então a ele (ao executor) que fosse cobrar esse dinheiro que o que ele queria era que resolvesse e recebesse o seu dinheiro de volta”.
A “autorização de um presidiário” para resolver o problema...
Na quarta (25) a trama foi “informada” a um presidiário (que seria o chefe do tráfico em Fagundes).
Quer dizer: pra dar um susto ou uma disciplina em Milena, era necessário o aval desse “chefe”.
Na fala dos presos (da adolescente em infratora), o preso seria o comandante do tráfico da cidade de Fagundes e que era necessário solicitar autorização a ele (também tem isso nas mensagens de telefone, com essa autorização)”.
A morte de Milena...
Então o executor, junto com outra pessoa, foi numa moto, até a residência da vítima, tentou tirá-la do local, mas tinha mais outras duas pessoas (duas testemunhas oculares presentes na casa e não permitiram que tirasse ela de lá), achavam que era só uma conversa.
E aí ele entra de posse de uma arma de fogo e dá um tiro na cabeça dela e depois foge e isso motivado, realmente, pelos ‘54 reais’ pagos anteriormente”.
Milena tinha um filho...
No momento do fato o ex-marido dela se fazia presente.
Ela era uma pessoa que tinha um companheiro anterior, tem um filho pequeno (acredito de um ano de idade).
Quando ouvimos o preso (Emerson) ele disse que essa não era a primeira vez que pagava ela por isso, que outras vezes (já há quatro semanas) mantinha a relação sexual com ela e que pagava por isso e que nesse dia todo o dinheiro que ele tinha deu a ela e não ia deixar isso de graça”.
O objetivo era dar “uma disciplina”...
 Na fala do preso (Emerson), ele pediu que resolvesse, que ele queria o dinheiro de volta, mas que a intenção dele não seria a morte, muito embora ele tenha procurado por uma pessoa (Carlinhos) que usava a arma de fogo.
Ele (Emerson) sabia que (Carlinhos) ia para o local usar a arma de fogo, mas ele disse que a intenção era ter o dinheiro de volta e que ele resolvesse o problema”.
O crime é de feminicídio...
Foi um feminicídio por condição de gênero.
A morte se deu, não em virtude de um relacionamento amoroso, afetivo, ou relação de violência doméstica, não é o caso.
Foi um feminicídio aconteceu em virtude do gênero, de ser uma mulher.
A situação da troca do sexo era porque era uma mulher, a situação da vulnerabilidade estabelecida era porque era uma mulher e a intenção da cobrança, a gente percebe claramente que se fosse com o homem não teria sido dessa forma”.
Os crimes...
“O maior (Emerson) que foi preso em flagrante responde por homicídio triplamente qualificado (a motivação fútil, por não ter dado chances de defesa à vítima e por ser um feminicídio).
E aí ele também responde por associação criminosa (tendo em vista que são mais de três pessoas que estavam com união de desígnios a fazer o mal) e aí, no caso, nós temos cinco pessoas envolvidas nesse feminicídio.
E ainda com corrupção de menores, haja vista que a irmã dele, de 14 anos de idade, foi a pessoa a quem ele solicitou que buscasse o criminoso e (a adolescente) era a pessoa mais empolgada, digamos assim, para que isso fosse resolvido e buscou então o criminoso que ela sabia que seria o mais temido na cidade e que usava arma de fogo”.
(Por www.renatodiniz.com)

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