quinta-feira, 5 de setembro de 2024

ACUSADO DE GOLPE MILIONÁRIO COM CULTIVO DE HORTALIÇAS É PRESO; SÓCIA DA EMPRESA CONTINUA FORAGIDA

Um homem acusado de fazer parte de golpe que atraía investidores do cultivo de hidropônicos ao prometer lucros acima da realidade do mercado financeiro foi preso nesta quarta-feira (04/09), em João Pessoa.

O acusado, Nuriey Castro, é apontado pelas vítimas do golpe como sendo um funcionário responsável pela captação e distribuição de valores da empresa Hort Agreste, localizada em Lagoa Seca, na região Agreste da Paraíba.
Além de Nuriey Castro, a acusada Priscila dos Santos Silva, que também é acusada de participação no golpe, foi alvo de mandado de prisão, emitido nesta terça-feira (03/09), mas permanece foragida, conforme dito pela delegada Viviane Magalhães. 
A 7ª Vara Criminal decretou a prisão preventiva e o bloqueio de contas e bens dos dois através da decisão do juiz Geraldo Emílio Porto, que foi assinada nesta segunda-feira (02).
O advogado de Nuriey Francelino de Castro, Abraão Beltrão, afirmou ter feito uma petição ao juiz Geraldo Emílio Porto, requerendo a revogação da prisão do acusado, que se apresentou à polícia nesta quarta-feira (03) para o cumprimento do mandado. 
Ainda segundo o advogado Abraão Beltrão, a previsão é de que a audiência de custódia do acusado seja realizada nesta quarta ou na quinta-feira (05).
Já o advogado da acusada Priscila dos Santos, Diego Elí, explicou que existe um pedido a ser apreciado pelo magistrado a respeito da revogação do mandato de prisão de Priscila.
O advogado afirmou que a defesa permanecerá aguardando que o magistrado dê um deferimento positivo ou negativo em relação ao pedido antes de tomar alguma posição quanto à apresentação da acusada à polícia.
Priscila dos Santos é esposa e sócia de Jucélio Pereira, que foi preso no dia 7 de fevereiro deste ano por suspeita de estelionato qualificado e formação de quadrilha dentro do esquema de investimentos em cultivo de hortaliças hidropônicas em que ele não efetuava os retornos prometidos.
De acordo com as investigações, a fraude cometida por Jucélio Pereira pode ter causado um prejuízo de mais de “120 milhões de reais” nos últimos dois anos.
COMO TUDO COMEÇOU
O empresário Jucélio Pereira de Lacerda foi preso na zona rural de Lagoa Seca, região de Campina Grande, por suspeita de estelionato qualificado e formação de quadrilha, em um esquema de investimentos em cultivo de hortaliças hidropônicas em que ele não efetuava os retornos prometidos.
Ele foi preso por força de um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
Segundo as investigações, o suspeito possui uma fazenda de cultivo de hortaliças hidropônicas, que são vegetais plantados na ausência de solo, apenas com água e nutrientes necessários.
Ele oferecia investimentos nesse cultivo, com a justificativa de que a manutenção do plantio é cara, e prometia em troca lucros acima da realidade do mercado financeiro.
Quando chegava a época do investidor começar a receber seus retornos financeiros, os pagamentos não eram efetuados.
O g1 teve acesso a um boletim de ocorrência feito por uma das vítimas do golpe contra o empresário.
Segundo a denúncia, foram prometidos rendimentos mensais de 7% para Tomate Tipo 1 durante 12 meses e 10% para Tomate Tipo 2 durante 24 meses.
Após os prazos informados, o investidor teria acesso ao percentual de 30% a título de participação nos lucros.
O denunciante alega que investiu e realizou o pagamento de mais de “180 mil reais” em outubro de 2023, mas desde o dia 15 de novembro não vem recebendo seus pagamentos.
Conforme relato das vítimas, Jucélio prometia também uma "invenção mágica" para os investidores, que garantiria a produção das hortaliças em um tempo recorde, nunca visto antes.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou, em fevereiro deste o ano, o casal Jucélio Pereira e Priscila Santos, donos da empresa Hort Agreste.
Nuriey Francelino de Castro, que em um documento aparece como parceiro comercial de Jucélio e Priscila, também foi denunciado. 
Os três envolvidos respondem por estelionato majorado.
Os três acusados viraram réu ainda no mês de fevereiro.
(Do g1 PB)

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