Ana Beatriz Lima, de 19 anos, acusada de "ajudar" o namorado a matar a mãe dele, a professora Honorina de Oliveira Costa, de 43 anos, no início de novembro de 2022 em Cuité, no Curimataú, foi condenada a 19 anos e três meses de prisão.
O julgamento foi realizado nesta terça
(08/10) no Fórum em Cuité.
Foi um dos crimes mais estarrecedores ocorridos
no Curimataú do estado.
A professora foi atacada pelo filho em
casa, foi asfixiada com um golpe “mata-leão”, teve o corpo levado para um açude
e foi esfaqueada antes de ser jogada no reservatório (“para não boiar”).
Além disso, teve pés e mãos amarrados em
pedras para que o corpo afundasse.
Em 2023 o filho foi apreendido, foi recolhido
ao Lar do Garoto, cumpriu medida socioeducativa e hoje “não deve mais nada a
sociedade”.
É um “cidadão” livre embora tenha
tramado e arquitetado tudo no que se refere a morte da mãe (desejo que
alimentava desde 2018).
Inclusive, conforme fontes, ele foi ao Fórum
e assistiu ao julgamento da cúmplice (namorada).
ENTENDA
TODA TRAMA...O assassinato da professora Honorina de
Oliveira Costa foi desvendado totalmente entre fevereiro e maio do ano passado.
Em novembro de 2022 a professora foi encontrada morta dentro de um açude com os pés e
mãos amarrados em pedras para o corpo “não boiar”.
Além disso ela foi esfaqueada.
Um filho, de 16 anos, e a namorada dele,
de 18, foram apontados como autores do crime.
O adolescente foi recolhido ao Lar do
Garoto e a mulher ao Presídio Feminino.
O pai dele e marido de Honorina, um
sargento reformado da PM, chegou a ser preso em março de 2023 como um dos
suspeitos, mas depois ele foi inocentado pela PC que ao longo das investigações
foi encontrando novas pistas.
Ele estava desaparecida desde o dia 02
de novembro.
Na manhã de 25 de maio do ano passado os
delegados Iasley Almeida e Rodrigo Monteiro concederam entrevista coletiva
sobre o desfecho da morte da professora Honorina de Oliveira Costa.
A professora foi assassinada pelo filho
dela e pela nora.
Crueldade, barbaridade, covardia e
frieza definem bem toda trama diabólica que assassinos usaram para matar uma
mulher indefesa.
O crime ocorreu no dia 02 de novembro de
2022 em Cuité e o corpo foi encontrado dia 05 de novembro dentro de um açude.
O corpo apresentava perfuração de faca e
os pés e mãos estavam amarrados em pedras para não boiar.
O filho matou a mãe porque disse que
tinha ódio dela.
O delegado Rodrigo Monteiro, da 13ªDSPC,
fez uma narrativa forte durante a entrevista que emocionou a imprensa.
A TRAMA, A MORTE“O adolescente confessa que foi o autor do
crime;
Na noite do fato (02 de novembro do ano
passado), ele chegou em casa com a mãe, pois antes tinham ido fazer visitas no
cemitério porque era dia de finados.
Logo em seguida ele entra em casa com a
mãe.
Logo em seguida ele sai de moto, vai
buscar a namorada, deixa a namorada nos fundos da casa (que é um terreno
baldio, adentra o imóvel, joga um tambor para fora do imóvel.
A namorada consegue pular o muro
(utilizando o tambor) e pula para dentro do imóvel.
Eles encontram a vítima (Honorina)
sentada em seu quarto trabalhando no computador.
Ana Beatriz (a namorada do adolescente)
entra no quarto e com uma corda tenta estrangular a vítima.
Houve uma reação por parte da vítima e
teve início uma luta corporal entre as duas.
Neste momento o adolescente está fora do
quarto e entra no quarto e, percebendo que a mãe tinha reagido (àquela
situação), aplica um golpe conhecido por ‘mata-leão’ (ele mesmo informa que
tinha feito jiu-jitsu e aprendeu tal golpe, aplica o golpe na mãe levando-a ao
chão.
Neste momento a namorada senta sobre as
pernas da vítima e passa a segurá-la enquanto o filho aplica o golpe levando-a morte.
Em seguida: a ideia era parecer que a vítima tinha ido
embora de casa, abandonado a família.
Ele prepara uma bolsa de viagem.
Lá coloca pertences da vítima (objetos
pessoais, roupas) e duas bolsas de braço com documentos da vítima.
Coloca essa mala no interior do veículo
da vítima que estava estacionado na garagem da casa”.
A RETIRADA DO CORPO DE DENTRO DE CASA“Ele e a namorada colocam o corpo no
porta-malas do veículo e a namorada assume o volante.
Ele passa a auxiliá-la a tirar o veículo
da residência (tem imagens que mostram ele ajudando a namorada a tirar o
veículo da residência).
Ela conduz o veículo até a esquina.
Ele utiliza o mesmo local por onde a
namorada adentrou o imóvel (pelos fundos da casa), pula muro dos fundos da casa
(sabendo ele que, pela frente tinham as câmeras de segurança) e vai até ao
encontro da namorada onde está com o veículo estacionado.
Ele assume o volante do veículo e seguem
todo trajeto, vai até um posto de combustíveis onde ele abastece (50 reais de
combustível).
De lá dirige até a o local onde apanha
as pedras (polícia tem imagens dos dois apanhando as pedras e seguem para o
açude do Cais”.
A OCULTAÇÃO DO CORPO E O GOLPE DE FACA“Chegando até o açude, eles levam o corpo até
à margem, amarram as mãos e os pés às pedras e entram na água.
Nesse momento (por ordem do filho) a
namorada desfere uma facada no abdome da vítima (segundo ele, com a intenção de
que o corpo não inchasse e ajudasse a afundar o cadáver) e jogam o corpo e
ficam aguardando o corpo afundar”.
APÓS DEIXAR O CORPO NO AÇUDE“Retornam ao veículo e pegam o trajeto da
estrada que liga os municípios de Nova Floresta a Picuí.
Eles abandonam dois celulares da vítima
(um deles foi encontrado) e a mala com os pertences.
Se dirigem ao campo de aviação de Cuité
onde, num abismo, ele arremessa as duas bolsas de braço contendo os documentos
da vítima.
A intenção dele era desfazer de qualquer
prova que pudesse incriminá-lo (como também a faca, luvas e o resto das cordas
utilizadas na prática do crime).
De lá eles seguem para a casa da irmã da
vítima onde abandonam o veículo já que a intenção dele era parecer que ela
tinha fugido com uma outra pessoa.
Depois voltam para casa pelos fundo do
imóvel (ele e a namorada) e vão dormir normalmente.
Pela manhã (dia seguinte) ele vai para a
escola e ela volta pra casa.
Essa foi toda dinâmica delitiva
confessada pelos autores e comprovadas pela quebra de sigilo telefônico do
adolescente, como também pelas câmeras de segurança instaladas na cidade de
Cuité”.
ASSASSINO QUERIA MATAR A MÃE DESDE 2018“Ele disse que matou por ódio, apenas por
ódio.
O adolescente afirma que em meados de
2018 e 2019 já tinha esse pensamento de praticar o crime contra a mãe
informando apenas que nutria esse ódio.
A cerca de dois meses, antes do
desparecimento da vítima, ele comentou tal fato com a namorada que decidiu
auxiliá-lo nessa empreitada criminosa.
O arrependimento que ele disse que
mostrou foi só após ser apreendido.
Anteriormente, durante todos esses seis
meses, era um comportamento normal.
Inclusive, após a prisão do pai (que ele
mesmo apontou), disse que com medo de ser apreendido resolveu imputar o crime
para o pai e não tinha nenhum remorso de ter feito isso".
A PRISÃO DO PAIO delegado explicou sobre a Prisão Temporária do sargento da reserva da Polícia militar ocorrida em março desse ano e que foi posto em liberdade esta semana.
O QUE DISSE O ADOLESCENTE:
“Ele disse que não tinha nenhum remorso
porque tinha um pai ausente.
Então preferiu deixar o pai preso e ele
se ver livre.
Até o momento dele ser apreendido a vida
dele estava normal.
O filho informa que o pai não sabia que
ele (o adolescente) teria praticado o fato, que nem desconfiava, que o pai não
tinha conhecimento de nada.
E o crime foi planejado somente por ele
(adolescente) e a namorada.
Foram ouvidas várias testemunhas, toda a
família.
A professora Honorina era uma mãe
excelente, ela trabalhava, ela estudava e tudo que ela fazia era para os
filhos.
Não existia motivação para o crime.
Após a prisão do pai, ele (o
adolescente) tomou de conta da casa, utilizando a moto da mãe, dormindo com a
namorada.
Recentemente (na semana que ele foi
apreendido) alugou um imóvel na cidade e teria levado objetos da casa para esse
imóvel".
(Por renatodiniz.com)
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