O ator Emiliano Queiroz morreu nesta
sexta-feira (04/10) aos 88 anos, no Rio de Janeiro.
Com atuação em mais de 40 novelas, tem
entre seus papéis de mais destaque o Dirceu Borboleta de "O
Bem-Amado" (1973).
O artista passou 10 dias internado na
Clínica São Vicente da Gávea, na Zona Sul do Rio, em função de ter colocado
três stents no coração.
Nesta quinta (03), ele teve alta médica
e foi para casa.
Emiliano Queiroz, o Dirceu Borboleta de
'O Bem-Amado', morre no Rio
De acordo com o amigo e produtor Eduardo
Barata, às 4h30 desta sexta (04) acordou, tomou banho e começou a passar mal.
Emiliano chegou a ser levado de volta
para o hospital, mas teve uma parada cardíaca.
O ator foi reanimado e entubado, mas
morreu horas depois.
Em 2022, o ator comemorou 70 anos de
carreira e deu uma entrevista ao programa Conversa com Bial, onde relembrou
momentos que ficaram marcados em seu coração ao longo dessas décadas.
O talento para a dramaturgia surgiu
muito pequeno, e ainda criança brincava de fazer teatro para os adultos em
Aracati, sua cidade natal, no litoral do Ceará.
Quando tinha 4 anos, seu pai o levou
para assistir a 'O Mártir do Gólgota', peça de Henrique Perez Escrich,
despertando definitivamente a sua vocação: “No outro dia, eu já fazia 'O
Mártir do Gólgota' para lá e para cá, e os professores começaram a valorizar
essa facilidade que eu tinha”, contou o ator em entrevista ao Memória
Globo.
Foi a partir daí que ele começou a fazer
parte do grupo de teatro de sua escola.
Aos 14, ele entrou para o Teatro
Experimental de Arte em Fortaleza e, aos 16, começou a trabalhar na Ceará Rádio
Clube.
Emiliano era casado há 51 anos com Maria
Letícia, advogada e atriz, de 77 anos.
O ator que ajudou a criar 14 filhos
junto com a esposa deixa 8 netos e 3 bisnetos.
O local, horário do velório e cremação
do corpo ainda não estão definidos.
MAIS
DE 40 NOVELAS
O artista ficou gravado no imaginário
brasileiro com seu personagem Dirceu Borboleta, em O Bem-Amado, de Dias Gomes,
mas participou mais de mais de 40 novelas, além de seriados e minisséries.
Ao todo, trabalhou em mais de 60 filmes,
mais 60 peças e cerca de 70 novelas, minisséries e especiais na TV.
Fez sua estreia na TV Globo logo após a
emissora comprar a TV Paulista, onde ele já trabalhava, em 1965.
Em 'Eu Compro Esta Mulher', de 1966,
escrita por Glória Magadan, começou a cair nas graças do público.
“Eu fazia o papel de um menino meio doidinho”,
lembrou ele em entrevista à Memória Globo.
Naquele ano, chegou a apanhar na rua por
causa do vilão nazista Hans Stauben de 'O Sheik de Agadir' (1966), da mesma
autora.
"O povo me odiava. Eu havia
assassinado o personagem do Cláudio Marzo no capítulo da noite anterior, e a
coisa já começava a ficar braba na rua. Os caras passavam de táxi ou de ônibus
e gritavam: ‘Assassino!’. Na manhã seguinte, uma mulher deu com a sombrinha na
minha cabeça”, disse ele na entrevista.
Emiliano fez sucesso também com sua participação
em Cambalacho, em 1986, com o personagem Tio Biju, e em Alma Gêmea, em 2005,
com o Tio Bernardo.
Seu trabalho mais recente em novelas da
TV Globo foi em Além da Ilusão, em 2022, Éramos Seis, em 2020, e Espelho da
Vida, 2018.
CINEMA
E TEATRO
No cinema, ganhou o Kikito de Ouro de
Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado por uma participação de três
minutos no filme 'Stelinha' (1990), de Miguel Faria Jr. Também atuou em 'A
Extorsão' (1975), de Flávio Tambellini; 'O Xangô de Baker Street' (2001), de
Miguel Faria Jr. (2001); 'Madame Satã' (2002), de Karim Aïnouz; e 'Casa de
Areia' (2005), de Andrucha Waddington, entre outros.
No teatro, destacam-se personagens como
o Veludo da peça 'Navalha na Carne' (1969), de Plínio Marcos; o Tonho de 'Dois
Perdidos Numa Noite Suja' (1971), também de Plínio Marcos; e sua antológica
composição de Geni na 'Ópera do Malandro' (1978), de Chico Buarque.
(Do g1)
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