O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) anunciou a compra de aviões novos após susto em voo do México para o
Brasil.
Na ocasião, a aeronave presidencial
precisou sobrevoar o aeroporto por cerca de 5 horas.
Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza,
nesta sexta-feira (11/10) o petista disse que o tempo foi suficiente para
"repensar a vida".
"Todo mundo teve tempo de repensar
sua vida, foram 4 horas e meia. Eu repensei muito o que eu tinha feito na vida,
o que tinha para fazer. E você pensa como ser humano, o que você cometeu de
erro, o que você cometeu de acerto. Eu acho que foi um momento de muita
reflexão de todo mundo", contou Lula.
Ele disse que assim que levantaram voo
sentiram uma trepidação estranha.
O presidente foi até a cabine do piloto
para entender o que estava acontecendo.
Chegando lá, encontrou a tripulação
nervosa, tentando encontrar uma solução para o problema.
Minutos depois informaram que havia um
problema em uma das turbinas da aeronave, que o avião estava seguro, mas não
podiam continuar viagem.
De início, a opção dada foi circular por
duas horas pelo espaço aéreo para esvaziar o tanque de gasolina.
"Quando deu duas horas, fui lá
perguntar: 'E agora?'. Falaram: 'Vamos ficar mais duas horas e meia'",
contou o presidente.
Lula continuou o relato dizendo que
todos no avião ficaram muito preocupados.
"Eu pedi para servir o almoço para
o pessoal comer. Até fiz uma brincadeira estúpida dizendo que precisamos comer
porque a gente não sabia se tinha comida no céu", disse.
Além dele, estavam a bordo a
primeira-dama Janja; autoridades como a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves;
o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; e o diretor de Política
Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, posteriormente aprovado para
assumir a presidência da autarquia.
As senadoras Soraya Thronicke (União-MS)
e Teresa Leitão (PT-PE) também estavam no voo.
Já em solo, o presidente disse que
decidiu pela compra de novas aeronaves para a presidência, sem especificar
quantas.
Lula afirmou que é preciso um novo
modelo para seu uso e outro para o uso dos ministros.
"Eu pedi para que o ministro da
Defesa me fizesse uma proposta, nós vamos comprar um avião para o Presidente da
República, entendendo que a ignorância não pode prevalecer. Um avião para o
presidente da república não é um avião para o Lula ou para o FHC ou para o
Bolsonaro. Um avião para a presidência da república é um avião para a
instituição, quem quer que seja eleito" justificou.
O avião em que Lula e autoridades
estavam havia sido comprado no primeiro mandato do atual presidente, em 2005, e
foi batizado de "Aerolula".
O apelido também foi relembrado pelo
petista na entrevista desta sexta.
Ele comentou como a compra foi usada
como campanha política.
"Eu tive uma lição muito grande,
porque eu durante muito tempo fui muito comedido. Eu quando comprei esse avião,
309, era o menor da Airbus. Ou seja, quando eu comprei, eu comprei o mais
barato e o menor. Mesmo assim o Brizola o cunhou de 'Aerolula'. A campanha de
2006 foi feita em cima do 'Aerolula' como se o avião fosse um privilégio do
presidente da república", disse.
Lula acrescentou que superou esse
episódio, acreditando que o presidente da república não deve correr riscos.
Ele ainda relembrou que, antes de
assumir aquele mandato, o então presidente Fernando Henrique Cardoso entrou em
contato oferecendo ele mesmo fazer o pedido de um avião novo.
"FHC falou comigo: 'Oh, Lula, se
você quiser, eu faço o pedido de um avião para você não sofrer um desgaste
político'. Eu falei: 'Não, Fernando, não precisa'. Porque nós tínhamos quatro
aviões, dois grandes, chamados de sucatão, e dois pequenos chamados de
sucatinha", contou.
Segundo Lula, o "sucatão"
levava 14 mecânicos para onde ia.
"Quando parava em qualquer lugar, caia
parafuso", brincou.
(Fonte: Redação Terra)
Foto: Enilton Kirchhof/Força Aérea Brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.