Um empresário, delator do PCC ao Ministério Público, foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o maior do Brasil, por volta das 16h desta sexta-feira (8/11).
A ação ocorreu no desembarque no
Terminal 2 e a polícia investiga o caso como execução, queima de arquivo.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser
acionado, mas o homem não resistiu aos ferimentos.
Os tiros de fuzil partiram de um Gol
preto, que estacionou em frente a um ônibus da Guarda Civil Metropolitana
(GCM).
Depois, o carro foi encontrado em uma
comunidade próxima, em Guarulhos.
Dentro do carro, foram encontradas
munições de fuzil e um colete.
Também houve outro tiroteio perto do Hotel
Pullman, nas imediações do aeroporto.
A vítima assassinada no aeroporto é o
empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, que era um delator do Ministério
Público de São Paulo, que estaria entregando uma série de esquemas de lavagem
de dinheiro do PCC.
Os feridos seriam dois motoristas de
aplicativo e uma mulher que estava na calçada do aeroporto quando ocorreram os
disparos.
Segundo os investigadores, os três foram socorridos em estado grave.
Após desavenças, ele também teria
mandado matar dois integrantes do PCC.
Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido
como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo,
foram mortos em 27 de dezembro de 2021.
Gritzbach é réu por esses crimes.
O Ministério Público diz que o
empresário mantinha negócios na área de criptomoedas.
Gritzbach prestou depoimentos ao MP nos
últimos seis meses, sendo o último há 15 dias.
Ele era réu por lavagem de dinheiro de
mais de “30 milhões de reais” proveniente do tráfico.
A maior parte dessas operações de
lavagem era feita com a compra e venda de imóveis e de postos de gasolina.
Ele entregou vários esquemas, deu várias
pistas de ilícitos cometidos e ainda ficou de entregar mais.
Ainda segundo as investigações, Vinicius
chegou a ter influência grande em células do PCC, tendo participado inclusive
de tribunal do crime, quando se avalia se um integrante deve ou não ser assassinado
por deslealdade à facção.
Em março deste ano, Gritzbach assinou um
acordo de colaboração premiada com o MPSP.
Entregou supostos esquemas do PCC e
também denunciou esquemas de extorsão envolvendo policiais civis de São Paulo.
Como o crime foi na área externa do
aeroporto, a Polícia Civil é responsável pela investigação, não a Polícia
Federal.
Com isso, o Departamento de Homicídios e
de Proteção à Pessoa (DHPP) e a Delegacia Especializada em Atendimento ao
Turista (DEATUR) estão no atendimento da ocorrência.
Os suspeitos seguem foragidos.
SUPREENDIDO
Vinicius estava voltando de Goiás para
São Paulo, acompanhado da namorada. Ele foi surpreendido quando pisou do lado
de fora do aeroporto.
O filho teria testemunhado a morte do
pai.
O filho estava com um dos seguranças de
Vinicius que, segundo as apurações preliminares, chegou sozinho ao aeroporto.
As investigações até agora mostram que
Vinicius tem quatro seguranças, todos policiais militares de São Paulo.
O carro em que eles estavam quebrou a
caminho de Cumbica.
Um deles pegou o filho de Vinicius e foi
até aeroporto esperar por ele.
Os outros ficaram com o carro quebrado
em posto de gasolina.
Todos os quatro seguranças foram
identificados e serão interrogados, a princípio, na delegacia do aeroporto de
Cumbica, inclusive a namorada do empresário assassinado, que saiu correndo da
cena do crime, antes da chegada da polícia.
(Do g1 SP)
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