O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tornou público o relatório final da Polícia Federal que investiga o planejamento de uma tentativa de golpe de Estado por parte de um grupo criminoso.
O documento levou ao indiciamento de 37
pessoas na semana passada, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com a divulgação do documento, outras
denúncias começaram a vir à tona na terça-feira (26/110 entre elas, a pressão
para que comandantes do alto escalão do Exército brasileiro aderissem ao plano
golpista.
De acordo com a investigação, a falta de
adesão de duas figuras-chaves foi um dos motivos que fez com que o plano não
fosse pra frente.
São eles: o general Marco Antônio Freire
Gomes, comandante do Exército, e o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista
Junior, líder da Aeronáutica.
Em entrevista ao blog do jornalista
Gerson Camarotti, da GloboNews, generais do Exército se mostraram
"perplexos" com um suposto planejamento de ataque contra esses
comandantes que não aderiram à tentativa de golpe.
Segundo eles, o relatório "deixou
claro" que as ações tinham o mesmo modus operandi e contavam com a ajuda
do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, além de terem o sinal verde
do Palácio do Planalto.
O grupo golpista mirava generais quatro
estrelas, sendo eles: general Richard Nunes, então comandante militar do
Nordeste e hoje o comandante do Estado-Maior do Exército; general Tomás Paiva,
então comandante militar do Sudeste e atual comandante do Exército; e general
Valério Stumpf, comandante do Estado-Maior do Exército.
Além disso, eles utilizavam as redes
sociais para "atacar" esses comandantes que não apoiavam o plano de
tentativa de golpe de Estado.
O grupo os chamavam de
"melancias", em referência a cor verde da farda e pelo fato da
melancia ser vermelha por dentro - em referência a uma cor
"comunista".
O nome de Freire Gomes é citado 141
vezes no relatório da PF recém-divulgado.
Já Baptista Junior aparece em 48 trechos
do texto.
"Após, finalizar os termos do
decreto [do golpe], o então presidente Jair Bolsonaro mandou chamar ao Palácio
do Alvorada os Comandantes das Forças Armadas almirante Garnier (Marinha),
general Freire Gomes (Exército) e o ministro da Defesa Paulo Sérgio",
relata a PF.
"O objetivo naquele momento era
obter o apoio dos comandantes, para que as Forças Armadas garantissem a
consumação da empreitada criminosa. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica
se posicionaram contrários a aderir a qualquer plano que impedisse a posse do
governo legitimamente eleito. Já o comandante da Marinha, almirante Garnier,
colocou-se à disposição para cumprimento das ordens", complementa
o texto.
(www.terra.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.