*Dono de carro que explodiu na frente do
STF foi candidato a vereador pelo PL
Duas explosões, em um intervalo de cerca
de 20 segundos, ocorreram perto do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília,
no início da noite desta quarta-feira (13/11).
Uma pessoa morreu, e a área foi isolada.
O que se sabe sobre o caso:
*Por volta das 19h30 desta quarta, um
carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara
dos Deputados.
No porta-malas, havia fogos de artifício
e tijolos.
*O veículo tem placa de Rio do Sul, no
Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
O dono é Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, que
foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se
elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa).
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma
casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás.
*Cerca de 20 segundos após o episódio no
estacionamento, um homem morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos
Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto).
*Segundo o Boletim de Ocorrência da
Polícia Civil, a vítima da explosão foi identificada como sendo Francisco
Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento
entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
*Antes da explosão em frente ao STF, o
homem tentou entrar no prédio.
Ele jogou um explosivo embaixo da
marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante,
deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
*Em um relato à Polícia Civil, um
segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma
blusa, alguns artefatos e um extintor.
A blusa foi lançada na estátua em frente
ao Supremo.
Quando o segurança tentou se aproximar,
o homem "abriu a camisa" e o segurança viu algo semelhante a um
relógio digital, acreditando ser uma bomba.
Dois ou três artefatos foram lançados
pelo homem e estouraram. Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último
artefato e colocou na cabeça como um travesseiro.
*No Boletim de Ocorrência, também consta
que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o
que aconteceu na Praça dos Três Poderes, "manifestando previamente a intenção do autor em praticar o
autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições".
*O esquadrão antibombas foi ao local
para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos
arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu.
*No momento do incidente, estavam
ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas.
*A sessão do STF já tinha terminado, e
ministros e servidores foram retirados em segurança.
*O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
não estava mais no Planalto – e não houve ordem para evacuar o prédio.
A segurança do palácio vai ser reforçada
com integrantes do Exército.*Depois do episódio, ele se reuniu com
os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da
Alvorada.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF),
Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial.
*A PF abriu inquérito para apurar as
explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes.
No momento do ocorrido, a funcionária do
Tribunal de Contas da União (TCU) Layana Costa estava em um ponto de ônibus em
frente ao STF. Segundo ela, um homem passou, segurando uma sacola, e acenou com
"um joinha".
A mulher afirma que, em seguida, ouviu a
primeira explosão e, ao olhar para trás, viu que o homem jogou algo perto da
estátua da Justiça e logo caiu.
Dono de um food truck que funciona no
estacionamento do anexo IV da Câmara, Carlos Monteiro contou ter visto o carro
pegando fogo.
"Me informaram que ele parou o
carro, tirou as coisas de dentro do porta-mala e desceu com mochila nas costas.
E, de repente, a gente escutou as explosões. Quando a gente foi olhar, [havia]
um fumaceiro muito forte", descreveu Monteiro.
Em nota, o STF informou que, após a
sessão desta quarta, "dois fortes
estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança".
"Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por
medida de cautela."
A Corte afirmou ainda que a segurança do
STF colabora com autoridades policiais do DF.
O secretário de Segurança do DF, Sandro
Avelar, disse que a Esplanada dos Ministérios foi fechada: "Neste
momento, estamos tentando entender o que aconteceu e estamos enviando um
efetivo muito grande do batalhão especial da PMDF para fechar parte da
Esplanada".
Durante uma entrevista concedida pela
deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), por volta das 19h30, no Palácio do
Planalto, foi possível ouvir o barulho das explosões.
(Por g1)
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