*Morre
motorista de app baleado durante em execução de empresário
Investigado por envolvimento com o
Primeiro Comando da Capital (PCC), o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach
foi morto na sexta-feira (08/11), à luz do dia, no Aeroporto Internacional de
São Paulo, em Guarulhos.
Investigado por envolvimento com o PCC,
Gritzbach fechou em março um acordo de delação premiada com Ministério Público
de São Paulo para delatar crimes da facção e de policiais.
Quem
era Antônio Vinícius Lopez Gritzbach?
Gritzbach tinha 38 anos e era corretor
de imóveis no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Anos atrás ele passou a fazer
negócios com Anselmo Bicheli Santa Fausta.
Conhecido como Cara Preta, Santa Fausta
movimentava milhões de reais comprando e vendendo droga e armas para o PCC.
Segundo o Ministério Público de São
Paulo, Gritzbach teria atuado para lavar “30 milhões de reais” em dinheiro proveniente
do tráfico de drogas.
Cara Preta e o motorista dele, Antônio
Corona Neto, o Sem Sangue, foram assassinados, e Gritzbach começou a ser
investigado como responsável pelas mortes.
Em março, o empresário fechou um acordo
de delação premiada com o MP com a promessa de entregar esquemas de lavagem de
dinheiro do PCC e crimes cometidos por policiais.
Gritzbach acusou um delegado do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de exigir dinheiro para
não o implicar no assassinato do Cara Preta.
Além disso, forneceu informações que
levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de
Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Por
que Gritzbach estava em Guarulhos?O empresário e a namorada estavam voltando de uma viagem de Maceió para São Paulo.
No domingo (10), viajariam para Vitória.
Como Gritzbach foi morto?
Gritzbach foi executado na área de
desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, por volta
das 16h.
Câmeras de segurança registraram toda a
ação.
Nas imagens, o empresário aparece
carregando uma mala na área externa, onde há uma fila de carros, quando dois
homens encapuzados descem de um veículo preto e efetuam ao menos 29 disparos.
Gritzbach tenta fugir e pula a mureta
que divide a via, porém cai logo em seguida.
Ele foi atingido por 10 tiros: 4 tiros
no braço direito, 2 no rosto, 1 nas costas, 1 na perna esquerda, 1 no tórax e 1
no flanco direito (região localizada entre a cintura e a costela).
Por
que ele não tinha uma escolta oficial?Gritzbach pediu mais segurança ao
Ministério Público.
A TV Globo teve acesso a um trecho da
reunião do empresário com os promotores, cuja data não foi informada.
"Tenho comprovantes de pagamento,
tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinham o dinheiro,
então dá pra gente fazer o caminho inverso. Tenho as conversas de Whatsapp com
os proprietários. Eu apresento, doutor, mas cada vez mais eu preciso de mais
segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também do que eu vou ter.
Se não, vocês estão falando com um morto-vivo aqui", disse na
reunião.
O MP diz que Gritzbach recusou as ofertas
de segurança feitas a ele.
Para se proteger, o empresário contratou
quatro policiais militares para fazerem sua escolta particular: Leandro Ortiz,
Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César
Ferreira de Lima, mas eles não estavam com Gritzbach quando ele foi morto.
O
que os PMs que faziam a proteção de Gritzbach alegaram?
PMs que faziam a segurança de Gritzbach
afirmaram que um problema com um dos carros impediu a chegada deles ao
aeroporto de Guarulhos antes da execução.
Segundo depoimentos à Polícia Civil
feito por dois deles, o grupo foi chamado para buscar o empresário e a namorada
dele no aeroporto.
Eles se dividiram em 2 carros dois
carros.
Em um, estavam os policiais Adolfo e
Leandro.
No outro, foram os policiais Jefferson e Romarks, o filho e um
sobrinho do empresário.
Ainda de acordo com os depoimentos, por
volta das 15h, eles pararam em um posto Ipiranga próximo ao aeroporto para
fazer um lanche.
Foi quando o filho de Gritzbach informou
aos seguranças sobre a chegada do pai.
Um dos veículos, entretanto, teve
problema na ignição e não estava mais ligando, segundo os policiais.
O outro veículo já estava a caminho,
mas, como estava com 4 pessoas, fez meia volta e retornou ao posto para deixar
um dos policiais lá e abrir espaço para o empresário e a mulher.
Quando esse veículo – com o policial
Jefferson, o filho e o sobrinho do empresário – estava se aproximando do portão
de desembarque, ocorreram os disparos.
Investigadores desconfiam dessa versão.
Uma das linhas de investigação do DHPP é
que os seguranças teriam falhado de forma proposital.
Alguém
foi preso pela execução do aeroporto?Até a última atualização da reportagem,
ninguém havia sido preso.
Os dois carros utilizados pela escolta
da vítima e um terceiro, usado pelos atiradores, foram apreendidos, assim como
os celulares dos policiais que faziam a segurança e da namorada do empresário.
Na tarde de sábado, a Polícia Civil
ainda localizou duas armas: um fuzil e uma pistola.
Elas estavam próximo ao local em que o
carro foi abandonado, a pouco mais de 7 km do aeroporto, ainda em Guarulhos.
Segundo o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos), são as armas usadas no crime.
Por
que a PF também vai investigar o caso?A Polícia Federal também vai investigar
o assassinato, por ordem do Palácio do Planalto.
A avaliação é a de que a forma como o
crime ocorreu, o suposto envolvimento de facção criminosa e de agentes
públicos, além do local do homicídio no aeroporto mais movimentado do país em
plena luz do dia, demandam também uma investigação federal.
Por segurança, o inquérito será tocado
por uma equipe de fora de São Paulo.
Há uma suspeita de que o empresário pode
ter sido morto por ordem e com envolvimento de agentes de segurança, e não
necessariamente por ordem direta do PCC.
MORRE
MOTORISTA DE APP BALEADO DURANTE EM EXECUÇÃO DE EMPRESÁRIOO motorista de aplicativo ferido durante
a execução a tiros que matou o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach,
delator do PCC, no Aeroporto Internacional de São Paulo morreu neste sábado (09),
segundo a família e autoridades.
Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41
anos, foi atingido por um tiro de fuzil nas costas e estava internado na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Guarulhos.
Morador de Guarulhos, ele deixa três
filhos.
Um funcionário terceirizado do
aeroporto, que trabalhava no momento do ataque, também teve ferimentos na mão e
está em observação no hospital.
A terceira vítima é uma mulher de 28
anos que foi atingida por um tiro de raspão no abdômen.
Ela já recebeu alta.
(Do g1)
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