No Brasil, 51% das crianças do 4º ano do ensino fundamental não dominam habilidades básicas de matemática, como fazer tabuada, interpretar gráficos simples ou somar e subtrair números de três algarismos (200 - 150 ou 300 + 120, por exemplo).
Elas sequer alcançam o nível de
conhecimento considerado "baixo".
É o que mostram os resultados do Estudo
Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss, em inglês),
divulgados nesta quarta-feira (04/12) pela Associação Internacional para a
Avaliação do Desempenho Educacional (IEA).
As provas são aplicadas a cada 4
anos, desde 1995 — mas esta é a primeira participação brasileira no exame.
Na escala do Timss, a média do Brasil em
matemática, entre os alunos de 9 anos, foi de 400 pontos, à frente apenas de
três dos 64 países participantes: Marrocos, Kuwait e África do Sul.
Em comparação ao resultado geral das
demais nações nessa etapa (503 pontos), é como se estivéssemos três anos
escolares atrás delas.
“São crianças de 9 anos: é muito cedo para
estarmos tão atrasados. Nosso desempenho ficou próximo ao de países africanos
com PIB menor do que o nosso”, afirma Ernesto Martins Faria,
especialista em avaliação de políticas públicas educacionais e
diretor-executivo do Iede.
Entre os participantes brasileiros do 4º
ano, os 5% que tiveram pior rendimento atingiram, no máximo, 259 pontos.
“Isso significa que eles basicamente não
reagiram à prova. Não sabiam responder, porque era muito difícil para eles”,
explica Faria.
Ele ressalta que o nível de dificuldade
do Timss é superior ao da principal prova brasileira para crianças dessa idade
— o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), no qual nosso desempenho já
é preocupante.
“Precisamos subir a régua. A nossa está muito
baixa, e as redes de ensino costumam se guiar pelo que é cobrado nessas
avaliações. O ideal seria ter uma mistura nacional entre o básico, que já é
medido pelo Saeb, e o mais complexo, exigido pelo Timms.”
No 8º ano, 62% não sabem calcular o lado
de um quadrado.
O Timss também avalia o conhecimento de
alunos do 8º ano (idade média de 13 anos).
A tendência é a mesma já revelada pelo
Pisa, prova internacional que foca na faixa etária dos 15 anos: o Brasil está
atrasadíssimo em relação ao que é esperado para o ensino fundamental II.
Mais de 60% dos jovens daqui não
conseguiram chegar nem ao patamar considerado o mais baixo na escala geral.
Isso significa que eles:
*Não sabem lidar com formas básicas
(como círculo e quadrado) e suas representações visuais;
*Não entendem relações lineares de
proporção;
*Não conseguem determinar o lado de um
polígono;
*Não são capazes de interpretar
informações em gráficos.
Com média de 378 pontos, o Brasil ficou
à frente apenas do Marrocos.
Foi ultrapassado por nações como Irã,
Uzbequistão, Chile, Malásia, Arábia Saudita, África do Sul e Jordânia.
Entre os 5% de brasileiros com pior
nota, o rendimento mais alto foi de 243 pontos.
São casos em que os jovens basicamente
não souberam responder a nada.
E
EM CIÊNCIAS?
O desempenho dos brasileiros em
ciências, apesar de insatisfatório, foi melhor do que em matemática.
4º
ano:
39% não dominam conhecimentos básicos, como saber informações simples sobre
plantas, animais e meio ambiente.
O rendimento médio foi de 425 pontos,
entre o patamar baixo e o intermediário.
8º
ano:
42% não conseguiram responder a perguntas sobre células, tecidos e órgãos, e
também não souberam distinguir uma reação química de uma física.
Afirmações como “o sol provê luz e
calor” ou “há sal no oceano” não são conhecidas por eles.
Na média geral, o Brasil alcançou 420
pontos, também entre os níveis baixo e intermediário.
(do g1)
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