O Ministério Público da Paraíba (MPPB) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (11/12), a Operação Retomada, que apura indícios de uma organização criminosa envolvida na manipulação de decisões judiciais para prejudicar instituições financeiras e, especialmente, idosos.
Entre os alvos da operação estão um juiz
de direito e três advogados.
Nesta manhã, foram cumpridos cinco
mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e no Fórum da
Comarca de Gurinhém.
De acordo com o Ministério Público,
associações fraudulentas ajuizaram ações coletivas na Comarca de Gurinhém, sem
qualquer vínculo com os supostos associados, que residem em diferentes estados
do país.
O objetivo dessas ações era obter
vantagens ilícitas, manipulando o sistema judicial e causando prejuízos
significativos tanto aos idosos quanto ao sistema financeiro.
O ESQUEMA
No caso de uma associação de defesa do
consumidor, as ações judiciais buscavam a suspensão de descontos de empréstimos
consignados diretamente nas folhas de pagamento de servidores públicos,
permitindo a liberação indevida da margem consignável para novos empréstimos.
Já uma associação de assistência a
aposentados e pensionistas simulava a homologação de descontos em folha, sob a
falsa justificativa de contribuição associativa, utilizando acordos
fraudulentos com idosos que, em sua maioria, desconheciam ou não compreendiam
as implicações desses contratos.
As investigações apontam uma atuação
sistemática e articulada da organização criminosa, envolvendo um juiz de
direito e três advogados.
Segundo o Gaeco, as práticas não apenas
lesam diretamente os direitos de pessoas idosas, muitas vezes vulneráveis, mas
também desestabilizam a confiança no sistema financeiro e judicial.
A OPERAÇÃO...
A operação desta quarta-feira contou com a
participação de sete promotores de Justiça, 21 agentes do Gaeco e 20 policiais
civis.
A ação foi conduzida pelo Grupo de Atuação
Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pela Comissão de Combate aos
Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (CCrimp), com o apoio
da Polícia Civil.
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal
de Justiça da Paraíba, no contexto de uma investigação que apura fortes
indícios de fraude no sistema judicial.
Segundo o MPPB, as investigações continuam
para aprofundar a apuração dos fatos e garantir a responsabilização de todos os
envolvidos.
(CNN)
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