A paraibana Priscila Marques Monteiro, de 27 anos, atropelada enquanto atravessava uma faixa de pedestres no Bairro da Glória, no Rio de Janeiro, teve o coração transplantado com sucesso em um paciente que aguardava na fila.
O acidente ocorreu no dia 07 de dezembro,
quando ela foi atingida por um ônibus, e após nove dias internada, Priscila não
resistiu aos ferimentos e faleceu nesta terça-feira (17).
O corpo de Priscila foi sepultado neste
sábado (21), em Campina Grande, onde familiares e amigos prestaram suas últimas
homenagens.
Formada em jornalismo pela Universidade
Federal da Paraíba (UFPB), Priscila estava no Rio de Janeiro a passeio e
pretendia encontrar amigos no dia do acidente.
Pouco antes, ela fez uma ligação ao pai,
Orton Monteiro, expressando alegria pelo momento que vivia.
"Eu falei com ela logo cedo,
ela estava muito feliz. Ela estava no hotel e fez uma chamada de vídeo pra mim
logo cedo. Falou que estava feliz porque estava no hotel vendo o Cristo
Redendor, no Rio de Janeiro, realizando um sonho da vida dela (...). Eu saí
para trabalhar e disse: 'filha, aproveite porque é a oportunidade que você está
tendo de conhecer o Rio de Janeiro com mais tranquilidade, porque vai passar
mais de uma semana", conta.
Segundo relatos do pai, ela estava muito
feliz e ouviu dele palavras de incentivo para aproveitar a viagem.
Antes do acidente, Priscila afirmou que
iria descer do hotel para tomar um café.
"As últimas palavras que eu
disse para ela foram 'filha, como você está linda! Como Salvador te fez bem',
porque ela estava morando em Salvador há seis meses", disse o pai.
Ainda conforme Orton, logo após o
acidente, a empresa onde Priscila trabalhava se responsabilizou por levar a
família até ela.
Ao chegar no Rio de Janeiro, pai, mãe e irmão encontraram a
jovem já na UTI.
Em meio à dor, a família tomou a decisão
de doar os órgãos da jovem, transformando a tragédia em esperança para outras
vidas.
O coração de Priscila foi transplantado em uma criança.
O fígado também foi doado.
"Pela personalidade da nossa
filha, pelo caráter que ela tinha, pelo perfil dela de protetora dos animais,
era uma uma pessoa vegana, que não comia nada que trouxesse dor aos animais
(...) pelo DNA dela de ser uma pessoa muito humana, nós decidimos como família
que ela estaria muito feliz em doar", justifica o pai.
De acordo com testemunhas, o ônibus
avançou o sinal enquanto Priscila atravessava na faixa de pedestres com uma
bicicleta alugada.
O impacto quebrou o para-brisa do veículo.
A jovem sofreu traumatismo craniano e
múltiplas fraturas, sendo levada ao Hospital Municipal Miguel Couto, onde teve
morte encefálica confirmada.
Priscila era descrita como uma jovem
sensata, amorosa e atenta com todos ao seu redor.
Sua paixão por explorar novos lugares e
conhecer pessoas era evidente em sua segunda viagem ao Rio.
O motorista envolvido foi ouvido na 9ª DP
(Catete) e liberado em seguida.
A Secretaria Municipal de Transportes
solicitou esclarecimentos ao consórcio responsável pelo ônibus e medidas para
evitar condutas semelhantes.
(Do g1 PB)
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