Uma operação deflagrada nesta terça-feira (17/12) prendeu um delegado e mais três policiais civis suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Outras duas pessoas também foram presas, e
há mais duas que ainda são procuradas, incluindo um policial civil.
Segundo as investigações, o esquema
criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda
de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de
dinheiro do PCC.
A ação é realizada pela Polícia Federal
(PF) e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado
(Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Corregedoria
da Polícia Civil.
A Justiça decretou a prisão temporária dos
investigados, buscas e apreensões em endereços relacionados a eles, e outras
medidas cautelares como bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.
A operação é resultante do cruzamento de
diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do delator Vinícius
Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo,
em Guarulhos.
O delegado preso é Fabio Baena, que foi
acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de extorsão.
Na época, Baena comandava uma investigação
em que o delator era suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC.
O g1 não havia conseguido localizar a
defesa de Baena até a última atualização desta reportagem.
Questionada a respeito, a Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo disse que a Corregedoria da Polícia Civil
acompanha a operação e que não possui mais detalhes.
As investigações apontam que a facção, com
o apoio dessa organização criminosa, movimentou mais de “100 milhões de reais”
desde 2018.
São 130 policiais federais e promotores
com apoio da Corregedoria nas ruas.
Ao todo, são 8 mandados de prisão e 13 de
busca e apreensão na capital de São Paulo e nas cidades de Bragança Paulista,
Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.
Os investigados, de acordo com suas
condutas, vão responder pelos crimes organização criminosa, corrupção ativa e
passiva e ocultação de capitais.
As penas somadas podem alcançar 30 anos de
reclusão.
A operação foi batizada de Tacitus,
termo que vem do latim que significa silencioso ou não dito, em alusão à forma
de atuar da organização criminosa.
Os policiais civis são suspeitos de
colaborar com o PCC, garantindo proteção e facilitando a lavagem de dinheiro
por meio da compra de imóveis através de intermediários ou empresas de fachada.
Eles também são suspeitos de desviar bens
que deveriam ser apreendidos.
(Do g1)
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