Uma operação conjunta entre a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) resultou na prisão temporária de sete pessoas na manhã desta terça-feira (17/12).
Dentre elas, um delegado e três policiais
civis, suspeitos de atuarem para favorecer a facção criminosa PCC.
Eles foram delatados ao MP por Vinícius
Gritzbach, empresário executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em
Guarulhos, em 8 de novembro.
Os agentes estariam envolvidos na
manipulação e no vazamento de investigações policiais, venda de proteção a
criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do
Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os investigadores da PF acreditam que a
organização criminosa tenha movimentado mais de “100 milhões de reais” com o
apoio dos agentes públicos, desde 2018.
ALVOS DA OPERAÇÃO
Eduardo Lopes Monteiro — investigador de
polícia preso. Segundo a investigação, ele fez menção aos relógios de Vinícius
Gritzbach em mensagens telefônicas e teria extorquido outros membros do PCC
para evitar que fossem presos. Ele também pode ter se apropriado de um
"sítio de origem criminosa";
Fábio Baena Martin — delegado de
polícia preso. Ele foi acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de
extorqui-lo na época em que o delator era investigado pela morte de dois
integrantes do PCC. Segundo os investigadores, ele também estaria envolvido na
subtração dos relógios de luxo e na apropriação ilegal do sítio, junto a
Eduardo Monteiro;
Marcelo Roberto Ruggieri — investigador de
polícia preso. As investigações apontam que ele possui "estreitas ligações
com criminosos perigosos do PCC", tendo falsificado documento e possuindo
uma situação financeira incompatível com os salários de policial civil;
Marcelo Marques de Souza — investigador de
polícia preso. Conhecido como "Bombom", ele também possui um
patrimônio incompatível com o salário de investigador, além de movimentações
financeiras suspeitas. Assim como Baena, também foi mencionado na delação de
Vinícius Gritzbach;
Ahmed Hassan Saleh — advogado preso.
Conhecido como "Mudi", ele teria ligação com casos de lavagem de
dinheiro envolvendo a empresa Upbus. Segundo as investigações, ele teria
recebido R$ 400 mil do "alto escalão do PCC" para influenciar as
eleições municipais de São Paulo. Ele também foi mencionado por Gritzbach em
sua delação premiada;
Robinson Granger de Moura — empresário
preso. Conhecido como "Molly", ele é concunhado de Marcelo Ruggieri e
estaria lavando dinheiro para o crime organizado. Segundo o MP, Robinson seria
"um dos principais articuladores das ações ilícitas" do PCC e pode
estar envolvido com tráfico de drogas;
Ademir Pereira de Andrade — empresário
preso. Cliente antigo de uma construtora na qual Gritzbach trabalhou, ele
estaria envolvido com lavagem de dinheiro, atuando como "agente financeiro
da organização criminosa";
Rogério de Almeida Felício — agente de
telecomunicações da polícia foragido. Segundo os investigadores, ele também foi
citado na delação de Gritzbach e estaria envolvido na subtração dos relógios de
luxo. Ele também trabalhava como segurança do cantor Gusttavo Lima e, nas redes
sociais, aparecia em diversas publicações ao lado do delegado Da Cunha.
Os sete presos foram levados inicialmente
para a carceragem da PF em São Paulo.
Nesta quarta-feira (18), eles passarão por
audiência de custódia na Justiça e, caso as prisões sejam mantidas, os agentes
seguirão para o presídio da Polícia Civil.
Já os demais alvos detidos deverão ir para
uma unidade prisional comum.
Os investigados, de acordo com suas
condutas, vão responder pelos crimes organização criminosa, corrupção ativa e
passiva e ocultação de capitais.
As penas somadas podem alcançar 30 anos de
reclusão.
APREENSÕES
Na manhã desta terça-feira (17), foram
apreendidas armas, munições, joias, dinheiro em espécie, um carro de luxo e até
uma lancha.
Somente na casa de Marcelo Marques, a
Polícia Federal apreendeu “620 mil reais”, “1.000 dólares” e “1.500 euros”, em dinheiro vivo.
(g1)
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