domingo, 5 de janeiro de 2025

DENÚNCIAS DE ESCALAS COM JORNADAS DE ATÉ 15 DIAS CONSECUTIVOS EM EMPRESA DE VAREJO DE ALIMENTOS NO BRASIL

O Grupo Zaffari enfrenta acusações de violação de direitos trabalhistas, especialmente relacionadas ao Descanso Semanal Remunerado (DSR).
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Flávio Obino Filho, advogado da empresa, admitiu que algumas escalas utilizadas não conseguem respeitar o descanso obrigatório.

A polêmica surge após trabalhadores denunciarem jornadas que extrapolam os limites previstos em lei.
As escalas de trabalho, aprovadas por Acordo Coletivo, foram questionadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que as considera inconstitucionais.
Funcionários relatam que as práticas incluem até 15 dias consecutivos de trabalho e jornadas de até 10 horas.
Em um caso, registros mostram que um trabalhador teve apenas três folgas em um mês, contrariando a legislação.
O advogado da empresa argumenta que as escalas são móveis e ajustáveis, mas reconhece que, em certos casos, não é possível garantir o descanso semanal.
O Ministério Público do Trabalho, responsável por intermediar acordos, já estipulou multas para descumprimento, embora o problema persista.
A situação resultou na criação da União dos Trabalhadores do Zaffari, que organiza denúncias e reivindicações por meio das redes sociais.
A empresa ainda não comentou oficialmente sobre as acusações.
O CASO...
ESCALA DE 10X1 É DENUNCIADA POR TRABALHADORES DA COMPANHIA ZAFFARI NO RIO GRANDE DO SUL
Os relatos de exaustão das pessoas submetidas à escala 6x1 sensibilizaram uma grande parcela dos trabalhadores brasileiros. 
Um dia de folga para seis trabalhados – regime que parecia inquestionável e “normal” até pouco tempo atrás –, agora, tomou o lugar do absurdo, do inaceitável.
A repercussão nacional deu voz a trabalhadores que relatam condições e escalas ainda mais degradantes e alegam existir manipulação de banco de horas, transgressão de direitos e cumplicidade dos sindicatos com a patronal.
É o caso dos trabalhadores da Companhia Zaffari, uma empresa “tradicional” do Rio Grande do Sul e um dos maiores monopólios do varejo de alimentos brasileiro.
Se trabalhar seis dias seguidos já parece absurdo, imagine oito, nove, dez ou até mais.
Que dirá então fazer horas extras obrigatórias em todos os finais de semana, sem compensação salarial.
Tudo isso para receber um salário líquido médio em torno de R$1.200.
De acordo com o relato de fontes ouvidas pela reportagem, esta seria a realidade de muitos dos 12.500 funcionários da Companhia Zaffari, a 12ª maior rede de hipermercados do Brasil, cujo faturamento, em 2023, foi de R$ 7,6 bilhões.
NOTA DA COMPANHIA ZAFFARI NA ÍNTEGRA:
Cumpre destacar, inicialmente, que os acordos coletivos de trabalho que envolvem mais de setecentas empresas do comércio de Porto Alegre não estabelecem a dita escala 10x1.
Os acordos contêm a obrigação de concessão pelas empresas de repouso semanal remunerado na semana iniciada na segunda feira e que se encerra no domingo.
Estabelecem, ainda, que o número de dias de trabalho corridos não ultrapasse 10 (dez).
Assim, normalmente, considerando o período de um mês, ocorre uma sequência de 10, 2, 6 e 6 dias de trabalho antes de cada repouso.
A Companhia Zaffari tem o mesmo acordo com o Ministério Público do Trabalho estabelecendo idêntico formato de descanso semanal remunerado.
O acordo foi homologado pela Justiça do Trabalho e está vigente.
Quanto a posição do Sindec de renegociar durante o ano de 2025 os mais de 700 acordos coletivos em negociações que são assistidas pelos sindicatos empresariais, a Companhia Zaffari, chamada, certamente acompanhará o procedimento negocial.
A negociação coletiva é sempre o caminho para a solução de eventual conflito trabalhista.
(Fonte: Brasil de Fato)

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