*Todos nos sentimos sós em algum momento das nossas vidas. Para muitos, é um sentimento passageiro e eventual, mas para alguns essa solidão se torna crônica.
Vários estudos têm vinculado essa solidão
crônica e o isolamento social a uma maior incidência de doenças e a um risco
maior de morte prematura.
Os cientistas, no entanto, desconhecem
qual o mecanismo exato por trás desta relação, que não é necessariamente de
causa e efeito.
É a solidão que gera as doenças ou
são as doenças que nos tornam mais isolados?
De qualquer forma, as pesquisas deixam
claro que a solidão e o isolamento social estão ligados a doenças mentais e
físicas.
Conheça cinco aspectos da nossa saúde
física que a solidão pode prejudicar, de acordo com estudos científicos:
1.MAIORES RISCOS DE DOENÇAS
CARDIOVASCULARES
A solidão está associada a um aumento de
quase um terço do risco de sofrer doenças cardiovasculares, como problemas de
coração e derrames cerebrais.
Nicole Valtorta, da Universidade
Newcastle, no Reino Unido, estudou o fenômeno e disse à BBC que três mecanismos
podem explicar essa correlação.
Um deles é psicológico: as pessoas que se
sentem só com mais frequência têm mais chance de desenvolver depressão,
ansiedade e se sentir mais infelizes.
O outro é biológico: quem se sente só com
frequência e apresenta os sintomas psicológicos acima acaba dormindo pior.
O terceiro mecanismo é comportamental: as
pessoas que se sentem isoladas podem acabar adotando comportamentos
prejudiciais à saúde, como fumar e comer demais ou se exercitar menos.
Esses três fatores, que muitas vezes
aparecem combinados, podem aumentar a chance de a pessoa desenvolver doenças
cardiovasculares.
2. MENOR HABILIDADE PARA COMBATER
DOENÇAS COMUNS
Um estudo das universidades da Califórnia
e de Chicago, publicado em 2015 na revista especializada PNAS, investigou o
efeito celular da solidão em humanos e macacos, e concluiu que o sentimento de
isolamento pode reduzir a eficiência do sistema imunológico.
Os pesquisadores perceberam que pessoas
identificadas como socialmente isoladas tinham um aumento de 12% na atividade
dos genes chamados CTRA, que estão associados à resposta imunológica.
Eles identificaram que essa hiperatividade
se manifestava em níveis maiores de glóbulos brancos, que participam da
resposta inflamatória, e em níveis menores de produção de proteínas
imunológicas antivirais.
A hipótese por trás desse fenômeno é que
os humanos evoluíram para viver em grupo.
Quando são isolados durante um período
prolongado, podem se sentir inconscientemente ameaçados, e permanecer em um
estado constante de alerta.
Esse estado de atenção aumenta a
inflamação do corpo e reduz a nossa capacidade de combater infecções.
3. PRESSÃO SANGUÍNEA MAIS ELEVADA
Outro estudo da Universidade de Chicago
concluiu que as pessoas que sofrem de solidão têm maior probabilidade de ter
pressão sanguínea mais alta no futuro.
A hipertensão está associada a um maior
risco de derrame, ataque do coração, problemas de rim e demência.
O estudo foi publicado em 2010 na revista
Psychology and Aging.
4. RISCO MAIOR DE MORTE PREMATURA
O isolamento social e a solidão estão
associados a um aumento de 30% no risco de morte prematura, segundo um estudo
da Universidade Brigham Young, dos Estados Unidos, publicado em 2015 na revista
da Association for Psychological Science.
A investigação analisou 70 estudos
diferentes com a participação de 3,4 milhões de pessoas.
Eles concluíram que, ao contrário do que
poderia parecer, "os adultos de meia-idade têm um risco maior de
mortalidade quando sofrem de solidão crônica ou vivem sozinhos do que adultos
idosos com as mesmas características".
Os autores acreditam que os estudos acerca
dos efeitos da solidão sobre a saúde estão na mesma fase de investigação de
pesquisas sobre o impacto da obesidade há décadas atrás.
Portanto, é uma área nova de pesquisa.
E a expectativa é de que o sentimento de
isolamento entre a população aumente no futuro.
(BBC Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.