O preço do café, que vem encarecendo desde maio do ano passado, vai continuar subindo: nos próximos 2 meses, o valor pode se elevar mais 25% nos supermercados, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
O produto já é o mais caro da cesta
básica, com alta de 37,4% em 2024 sobre o ano anterior, segundo a associação.
Segundo Pavel Cardoso, presidente da Abic,
o preço deve subir porque a indústria ainda não repassou ao consumidor toda o
custo da compra de café, que encareceu 116,7% em 2024, em relação a 2023.
A expectativa da associação é de que no
segundo semestre o preço possa melhorar.
A seca e as altas temperaturas no ano
passado prejudicaram a produção de café e são os principais fatores para os
valores nas gôndolas.
POR QUE O CAFÉ ESTÁ CARO?
Calor e seca: no ano passado,
o clima gerou um estresse na planta, que, para sobreviver, teve que abortar os
frutos, ou seja, impedir o seu desenvolvimento.
Mas problemas, como geadas e ondas de
calor, vêm acontecendo há 4 anos.
No período, a indústria teve um aumento de
custos de 224% com matéria-prima e, para os consumidores, o café ficou 110%
mais caro.
Maior custo de logística: as guerras no
Oriente Médio encareceram o embarque do café nas vendas internacionais,
elevando também o preço dos contêineres, principal meio para a exportação.
Aumento do consumo: o café é a
segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, atrás apenas da água.
Os produtores brasileiros têm aberto
espaço em novos mercados internacionais, o que influencia na oferta da bebida
internamente.
A China, por exemplo, se tornou um novo
mercado para o café brasileiro.
Desde 2023, o país saiu de 20ª para a 6ª
posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil, que é o maior
produtor e exportador mundial do grão.
QUANDO O PREÇO PODE BAIXAR
O café deve continuar caro ao longo do
ano.
A safra de 2025 deve ser 4,4% em relação à
safra anterior, sendo estimada em 51,8 milhões de sacas, segundo a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab).
Apenas em setembro, quando termina a
colheita da safra atual, será possível entender se o preço vai reduzir, aponta
o presidente da Abic.
(g1)
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