sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

NAS PRAIAS DE JP E CABEDELO: 59 TRABALHADORES RESGATADOS EM SITUAÇÃO ANÁLOGA À ESCRAVIDÃO

Muitos dos belos e luxuosos apartamentos de edifícios à beira-mar que você ostenta, aluga, ou compra no litoral de João Pessoa ou Cabedelo tem o sangue e o suor de um trabalhador que mais parecia um escravo, ou melhor: em “situação análoga à escravidão”.

Ao menos foi isso que ficou evidente numa operação do Ministério Público do Trabalho que resgatou 59 trabalhadores em obras no litoral das cidades de João Pessoa e Cabedelo.
E isso foi apenas entre os dias 3 e 5 de fevereiro em cinco obras da construção civil.
O balanço da ação foi divulgado nesta quinta-feira (13/02).
Os trabalhadores foram contratados para as funções de servente, pedreiro, mestre de obras, betoneiro e guincheiro.
Diversas condições degradantes foram encontradas, bem como riscos de acidentes de trabalho.
A ação foi realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).
Conforme o Ministério Público do Trabalho, as obras foram inspecionadas no Bairro Manaíra, em João Pessoa, e nas praias do Poço e Ponta de Campina, em Cabedelo.
São cinco obras com irregularidades de quatro construtoras diferentes que não tiveram os nomes divulgados.
Os trabalhadores são de Alagoa Grande, Mari, Sapé, Mulungu, Serra Redonda, Gurinhém, Sobrado, Caiçara, Juazeirinho, Itabaiana, Mogeiro, Borborema e Serraria.
Foram constados alojamentos superlotados, sem higiene e sem água filtrada.
Alguns trabalhadores dormiam no subsolo, sem ventilação ou janelas, expostos a muita poeira e em quartos inacabados.
As camas eram improvisadas com restos de materiais da construção, colchões em cima de tijolos e cavaletes. Não tinham roupa de cama e nem armários, as instalações sanitárias eram inadequadas e em número insuficiente. Por exemplo, um vaso sanitário era compartilhado por 30 pessoas. Também não tinham água filtrada. A água era da torneira e não havia recipiente adequado para armazenamento. A alimentação era insuficiente”, descreveu o procurador do Trabalho Igor Costa.
A fiscalização também constatou que alguns cômodos estavam alagados e com fiações elétricas expostas, oferecendo risco de choque elétrico e curto-circuito.
Outros 20 trabalhadores dividiam uma única casa alugada pela empresa, com quatro quartos disponíveis, todos superlotados. 
Também não havia camas suficientes nem mobiliário mínimo.
A fiscalização identificou que os trabalhadores dormiam em colchões ou pedaços de espuma improvisados, apoiados sobre tábuas de madeira ou diretamente no chão, sem qualquer estrutura ou roupas de cama.
Em todos os locais fiscalizados, havia lixo espalhado, principalmente ao redor da área onde os trabalhadores preparavam os alimentos.
(Por www.renatodiniz.com g1 PB e MPT)

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