Após anos de uma guerra violenta que resultou em centenas de mortes dentro e fora dos presídios, algumas lideranças das duas maiores facções criminosas do Brasil, Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), articulam uma trégua histórica.
A coluna Mirelle Pinheiro apurou que
os grupos estão unindo forças para pressionar o governo a flexibilizar as
regras do Sistema Penitenciário Federal (SPF), onde seus principais líderes
estão encarcerados sob rígidas restrições.
O acordo, que vem sendo costurado desde o
ano passado, pode impactar não apenas o cenário dentro dos presídios, mas
também as ruas, levando a uma redução nos confrontos entre os grupos rivais.
A reaproximação entre as facções não
aconteceu por acaso. Atualmente, a cúpula de ambas as organizações encontra-se
sob o regime das penitenciárias federais de segurança máxima.
Nesses presídios, não há visitas íntimas,
e os contatos com advogados e familiares são restritos aos parlatórios, sem
qualquer interação física.
Essa política tem sido um golpe duro para
os chefes do crime organizado, que perderam capacidade de comunicação direta
com suas redes criminosas espalhadas pelo país e exterior.
Diante desse cenário, advogados das
facções passaram a atuar como intermediários entre os criminosos detidos,
articulando estratégias conjuntas para pressionar o governo por mudanças.
O monitoramento das lideranças presas já
captou conversas codificadas e movimentações suspeitas de advogados que atuam
em favor dos internos do PCC e CV.
Fontes confirmam que há, inclusive, uma
força-tarefa jurídica entre os representantes das duas organizações,
trabalhando para enfraquecer as restrições impostas pelo sistema penitenciário
federal.
Indícios dessa articulação também foram
registrados em presídios estaduais, com informações oriundas de conversas
monitoradas dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
(Mirelle Pinheiro/Metrópoles)
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