A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira (13/02), seis Mandados de Prisão e 26 de Busca e Apreensão contra suspeitos de tráfico internacional de drogas que também fraudavam o programa Farmácia Popular, do governo federal, causando prejuízos milionários.
Um dos alvos chegou a ser candidato a
vereador em 2024, mas não foi eleito.
Segundo a PF, o grupo é investigado por
comprar cocaína da Bolívia, Colômbia e Peru para revender no Entorno do
Distrito Federal.
Além disso, compravam farmácias
cadastradas no programa, pelo qual o governo disponibiliza medicamentos para a
população por meio da parceria com a rede privada.
Depois, os criminosos fraudavam notas para
receber indevidamente do Ministério da Saúde e, assim, financiavam o tráfico de
drogas.
Ao todo, 106 mandados foram expedidos pela
Justiça de Goiás. Além de Goiás, as ações são cumpridas no Distrito Federal,
Paraíba, Mato Grosso, Acre e Minas Gerais.
Saiba quais os mandados:
6 Mandados de Prisão;
26 Mandados de Busca e Apreensão;
28 medidas restritivas de direitos;
Medidas de constrição patrimonial que
abarcam o sequestro de bens móveis e imóveis;
Bloqueio de mais de R$ 39 milhões dos
investigados.
OPERAÇÃO ARTHRON
A PF explicou que a investigação começou
em 2022, após duas pessoas serem presas em flagrante suspeitas de transportar
cocaína.
A polícia revelou que a droga seria destinada a um grande traficante
da região de Luziânia, o qual chegou a ser candidato a vereador nas eleições
municipais de 2024.
A investigação mostrou que as drogas
vinham principalmente da Bolívia, Colômbia e Peru e que eram revendidas a
traficantes do entorno do Distrito Federal com vínculos com facções criminosas
nacionais.
Durante a apuração do caso, a polícia
rastreou as movimentações financeiras feitas pelos suspeitos e identificou uma
espécie de rede destinada a ocultar a origem ilícita dos valores obtidos com os
crimes.
Além disso, foi possível identificar
empresas do ramo farmacêutico que eram usadas para obtenção de vantagens
indevidas junto ao programa Farmácia Popular.
FRAUDES NO PROGRAMA FARMÁCIA
POPULAR
Segundo a PF, quando as empresas estavam
funcionando devidamente, os repasses mensais não passavam de “5 mil reais”.
Já
após o início das fraudes, cada farmácia passava a receber de “60 mil a 90 mil reais”
por mês.
Segundo a investigação da Polícia
Federal, o grupo agia da seguinte forma:
Os investigados adquiriam empresas que
estavam cadastradas no programa Farmácia Popular, mas que haviam encerrado suas
atividades;
Faziam alterações societárias nessas
empresas e, na maioria dos casos, as vinculava a terceiros (pessoas jurídicas e
interpostas);
Essas alterações eram intermediadas por um
investigado que atuava como uma espécie de “despachante” junto aos órgãos
públicos atuantes no programa;
Depois dessas alterações, aumentava-se o
número de lançamentos de medicamentos comercializados pelo programa, seja na
modalidade gratuidade ou subsidiada;
Em seguida, eram liberados pagamentos aos
envolvidos, que usavam vários métodos para dificultar a identificação dos reais
beneficiários.
Para a realização dessas fraudes, eram
feitas vendas simuladas de medicamentos que, na prática, nunca chegaram a ser
fornecidos ao beneficiário declarado.
A PF ainda detalhou que os investigados
lançaram dados de consumidores que não tinham conhecimento quanto a utilização
indevida de suas informações.
A polícia contou também que as empresas
utilizadas pelo grupo ficavam localizadas em estados totalmente diferentes do
domicílio dos sócios declarados.
(g1)
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